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PMDB pode minar campanha de Dilma em alguns Estados

Considerado o maior aliado do PT na Presidência da República, a despeito das crises e rebeliões, o PMDB vive nesta corrida presidencial um cenário inverso ao do pleito de 2002, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conquistava seu primeiro mandato no Palácio do Planalto, derrotando nas urnas o então candidato tucano José Serra.

Naquele ano, o PMDB compunha a aliança nacional com o PSDB, contudo, a base do partido decidiu apoiar o PT de Lula. Nessas eleições, o PMDB é parceiro de Dilma em sua disputa pela reeleição, mas em colégios eleitorais de peso, como Rio, Minas e Bahia, a base da sigla deverá fazer campanha para a oposição.

Apesar da crise que envolve o Planalto e setores do PMDB da Câmara dos Deputados, o partido deverá estar na aliança majoritária do PT nessa eleição presidencial, com Michel Temer na vaga de vice na chapa de Dilma Rousseff.

Em 2002, foi justamente Temer, então presidente nacional do PMDB, quem levou o partido a uma composição na chapa presidencial do tucano José Serra, com a ex-deputada capixaba Rita Camata (que foi filiada ao PMDB até outubro de 2009 e depois migrou para o PSDB). A aliança com os tucanos não conseguiu sensibilizar as bases da legenda, em muitos Estados, os correligionários de Camata acabaram fazendo campanha por Lula.

Este ano, a inversão de cenário começa a tomar corpo nesta pré-campanha eleitoral e muitos diretórios estaduais do PMDB já declaram abertamente que mesmo com a coligação nacional com o PT a base da sigla irá fazer campanha para os candidatos de oposição, o tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos. “Em alguns dos maiores colégios eleitorais do País, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul, o PMDB já prometeu trabalhar para a oposição e essa situação é mais uma notícia ruim para a campanha de reeleição de Dilma”, informa o cientista político e professor de administração pública da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo Marco Antonio Carvalho Teixeira.

As dificuldades no cenário econômico, o escândalo da Petrobras, a crise do setor energético e a queda nas recentes pesquisas de intenção de voto são ingredientes que podem fazer com que a presidente Dilma mobilize seu maior aliado em torno de sua candidatura à reeleição, acredita o cientista político. E o peso dessa divisão, numa campanha acirrada como essa, será mais uma notícia ruim a rondar a presidente da República.

Fonte: Agência Estado