Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

PMDB diz à equipe econômica que aprovação de medidas não será fácil e ouve que virão mais

A liiderança do PMDB teceu um rosário de críticas ao governo na noite de segunda-feira e deixou claro em reunião com a equipe econômica que a aprovação de medidas que endurecem o acesso a benefícios trabalhistas não será fácil no Congresso, mas acabou ouvindo dos ministros que uma nova onda de ajustes está a caminho.

A aprovação de Medidas Provisórias que podem gerar uma economia de até 18 bilhões de reais por ano, editadas no fim do ano passado sem discussões prévias com centrais sindicais e partidos aliados, é o primeiro teste do governo no Congresso sobre o ajuste fiscal em andamento.

Mas sua aprovação na íntegra ficou em xeque após as centrais sindicais, os aliados e até mesmo o PT terem se mostrado resistentes às mudanças.

“Na hora de fazer as medidas, o PMDB não foi chamado. Nós somos os chefes, somos os líderes, mas não somos os donos das vontades das pessoas”, disse à Reuters nesta terça-feira um influente peemedebista que esteve no jantar oferecido pelo vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu. “Tem as bancadas, o partido, a sociedade.”

“O PMDB tem disposição (de ajudar a aprovar), mas não tem convicção”, resumiu esse aliado, que falou sob condição de anonimato. “Popularmente, esses medidas estão sendo vistas como retirada de direitos de trabalhadores e das viúvas.”

As medidas alteram as regras de acesso ao seguro-desemprego e a pensões por morte, entre outros pontos.

NOVOS AJUSTES À FRENTE

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez uma longa explanação ao peemedebistas. Ele disse que o Brasil será contaminado pela crise internacional caso não adote um forte ajuste fiscal e argumentou sobre a importância da aprovação das MPs, segundo relato de três fontes peemedebistas.

Também falaram sobre o cenário econômico o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

Duas das fontes afirmaram que Levy teria dito também que haverá um severo corte orçamentário, porque a previsão de receitas que está no projeto do Orçamento, que ainda precisa ser aprovado no Congresso, não se concretizará.

Também presente, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse que as medidas adotadas até agora para garantir o equilíbrio fiscal “são insuficientes” e que uma nova rodada de ajustes está por vir, mas sem sinalizar quando e em quais áreas, segundo as três fontes.

Uma das fontes afirmou que Mercadante fez algumas ponderações sobre desonerações dadas a alguns setores que não surtiram o efeito desejado e indicou que há benefícios sociais que precisam de mais ajustes.

“Eu entendi que essa nova leva de medidas é para logo, próximos meses talvez”, disse um dos peemedebistas.

Fonte: Reuters