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PGR apresenta denúncia contra Aécio por corrupção passiva e obstrução de justiça

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por corrupção passiva e obstrução de justiça. Outros três investigados no mesmo inquérito foram acusados de corrupção passiva. São eles: Andrea Neves, irmã do senador; Frederico Pacheco, primo deles; e Mendherson Souza Lima, assessor parlamentar apontado como operador de Aécio. Os três estão presos. Janot também pediu para o STF abrir outro inquérito contra Aécio, para investigar lavagem de dinheiro.

A denúncia foi feita com base nas investigações da Operação Patmos, deflagrada após delação premiada dos executivos da JBS. A PGR pediu a prisão de Aécio e dos outros três investigados, todos citados na delação. Apesar de não ter sido preso, o tucano foi afastado das atividades parlamentares e proibido de conversar com outros suspeitos.

Uma das provas do inquérito é uma gravação feita pelo dono da JBS, Joesley Batista, de um diálogo mantido com o senador. Aécio pede ao empresário R$ 2 milhões para pagar um advogado para defendê-lo na Operação Lava-Jato. Em uma ação controlada, com autorização do STF, a Polícia Federal filmou o diretor da JBS, Ricardo Saud, entregando R$ 500 mil a Frederico Pacheco, que depois repassou a quantia a Mendherson, ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).

No depoimento de delação premiada, o dono da JBS também relatou seguidos pedidos de dinheiro feitos pelo senador afastado e por pessoas ligadas a ele. Joesley contou que conheceu Aécio em 2014, durante a campanha presidencial. No ano seguinte, relata o empresário, “ele continuou precisando de dinheiro” e repassou R$ 17 milhões para o político por meio da compra de um prédio indicado por Aécio, entre outras formas de repasse de dinheiro.

A denúncia contra Aécio Neves será analisada pelo relator do inquérito, ministro Marco Aurélio Mello. Os acusados devem apresentar defesa e, depois disso, o relator levará a denúncia para julgamento na Primeira Turma do STF, em data ainda não definida. Se a denúncia for recebida, Aécio e os outros investigados serão transformados em réus e o inquérito passará a ser uma ação penal.

Fonte: O Globo