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PF indicia ex-governadores do DF e mais 19 por fraude em obra de estádio da Copa

A Polícia Federal encaminhou nesta sexta-feira (18) à Justiça Federal em Brasília relatório final das investigações da Operação Panatenaico , que apura fraudes envolvendo a contratação de empreiteiras para a construção do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. Foram indiciados 21 suspeitos de atuar no esquema, entre eles os ex-governadores do Distrito Federal Agnello Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR), bem como Tadeu Filippelli (PMDB), ex-vice-governador e ex-assessor especial do presidente Michel Temer.

Os investigadores explicam no documento de 335 páginas encaminhado ao juiz Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara Federal, que as apurações identificaram crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraude licitatória envolvendo a construção do estádio de Brasília, que foi o mais caro da Copa de 2014. Inicialmente orçado em R$ 559 milhões, o Mané Garrincha custou quase três vezes mais, totalizando R$ 1,5 bilhão. Segundo as investigações, houve superfaturamento na obra na ordem de R$ 559 milhões.

A delegada federal Fernanda Costa de Oliveira, que assina o inquérito policial, relata que as investigações levaram em consideração depoimentos prestados nos acordos de delação premiada de quatro ex-executivos da construtora Andrade Gutierrez e de seis funcionários da construtora. 

Foi apurado que um grupo de grandes empreiteiras fez acordo para escolher quais seriam as vencedoras das licitações para construção de cada estádio para a Copa do Mundo. Segundo o ex-diretor de operações da Andrade Gutierrez Clóvis Renato Numa Peixoto Primo, houve acordo com a construtora Odebrecht para que a AG assumisse a obra do estádio de Brasília. 

Nesse contexto, o ex-governador José Roberto Arruda , responsável por assinar o contrato com a construtora, é acusado de ter recebido propina tanto da Andrade Gutierrez quanto da Via Engenharia, empresa que assumiu obra complementar à da construção do estádio. 

A Polícia Federal alega que Arruda recebeu ao menos R$ 3,8 milhões da empreiteira, sendo R$ 2 milhões em espécie e R$ 1,8 milhão por meio de contrato fictício com um escritório de advocacia.

O também ex-governador Agnello Queiroz é apontado pela PF como “o maior beneficiário” do esquema de propinas, uma vez que as obras duraram todo o seu mandato no governo do Distrito Federal. Ele é acusado de receber R$ 1,75 milhão em propinas por meio de um operador, e mais R$ 2,5 milhões repassados a empresas “visando atender a pedido do então governador”.

Fonte: Agência Brasil