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Partidos de oposição defendem afastamento do presidente da Câmara

20151010183515524814aPartidos de oposição defenderam neste sábado (10) o afastamento do deputado Eduardo Cunha, do PMDB, do Rio de Janeiro, da presidência da Câmara.

Documentos da promotoria da Suíça revelaram que dinheiro desviado de contrato da Petrobras abasteceu contas atribuídas a Cunha e teria bancado gastos da família do deputado.

Cinco partidos de oposição unificaram o discurso. PSDB, Solidariedade, PSB, Democratas e PPS querem que Eduardo Cunha se afaste da presidência da Câmara, segundo os partidos, até mesmo para que o deputado possa exercer, de forma adequada, o direito à ampla defesa.

Técnicos da Câmara dizem que não existe a possibilidade de afastamento temporário da presidência, só renúncia.

O ambiente político mudou. DEM e PSDB foram os últimos partidos a adotar um discurso de cobrança. A decisão veio depois da avaliação de que não dá para defender o impedimento da presidente Dilma Rousseff, acusar o governo de corrupção e manter um tom ameno com Eduardo Cunha. Governistas dizem que vão cobrar o que chamam de incoerência do DEM e do PSDB.

A reação da oposição veio um dia depois da revelação do mapeamento de mais de R$ 9 milhões em quatro contas na Suíça de Cunha e da mulher dele, Claudia Cordeiro Cruz. E que o dinheiro pagou até curso de tênis nos Estados Unidos, escola na Inglaterra e cartão de crédito da mulher e de uma filha de Cunha.

“Agora, nós estamos vendo que há um indício muito forte de que ele feriu o decore parlamentar. Isso tem que ser examinado com os documentos que o Ministério Público da Suíça mandou para o Brasil com suas contas particulares e o dinheiro por onde trafegou e por onde andou”, diz o deputado Rubens Bueno, do PPS-PR.

“As coisas se agravaram muito nessas últimas horas. Até então, nós estávamos aguardando os esclarecimentos por parte do presidente da Câmara e a apresentação dos documentos. Com a revelação desses fatos, a situação fica muito difícil e a investigação tem que ser feita com todo rigor com muita profundidade para que se investigue a todos e não apenas a alguns”, defende o senador Cássio Cunha Lima, do PSBD-PB.

Em nota oficial, Cunha negou ter recebido qualquer vantagem de quem quer que seja referente a Petrobras. Negou também que tenha compartilhado qualquer vantagem ou que tenha se utilizado de benefícios para cobrir gastos, incluindo o pessoal. Disse que vai pedir ao Supremo acesso à documentação para que os advogados possam responder.

Cunha acusou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de divulgar dados sigilosos, tendo como motivação gerar o constrangimento político. O deputado disse que os dados, por serem desconhecidos, não podem ser contestados. Cunha voltou a afirmar categoricamente que não tem intenção de se afastar nem de renunciar. E mais uma vez falou em viés político do procurador-geral que, segundo Cunha, o escolheu para ser investigado.

Fonte: Jornal Nacional