O governo brasileiro cogitou motivações econômicas por trás da suspensão das importações da carne in natura do país pelos Estados Unidos, argumentando que os problemas apontados em relação ao produto não trazem risco à saúde pública.
“Temos que acreditar que todos os parceiros comerciais do Brasil agem com lealdade, da mesma forma como país age. Mas não podemos descartar que haja motivações econômicas nesse processo”, disse o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, a jornalistas.
“Vamos levantar tudo isso”, disse, ressaltando que o governo investigará os problemas citados pelo USDA, o Departamento de Agricultura dos EUA, para suspender os embarques na véspera.
Preliminarmente, Novacki disse que há indicações de que os abscessos encontrados na carne pelo USDA, um dos motivos da suspensão, são reação à vacinação do gado contra febre aftosa.
Durante a coletiva de imprensa, Novacki defendeu o sistema de inspeção federal, que classificou como robusto, e afirmou que o país não pode aceitar que questões econômicas eventualmente estejam por trás de tais medidas.
“Percebemos que existe um movimento nacionalista nos Estados Unidos. Esse foi o primeiro movimento concreto em relação à agricultura que nos coloca um alerta, uma luz amarela”, disse, destacado que o Brasil foi pego de surpresa com a suspensão.
Ele disse também que, se for identificado que a suspensão é meramente comercial, vai discutir a questão em fóruns como a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Novacki afirmou que o Ministério trabalha para reverter a suspensão o mais rápido possível, incluindo uma visita técnica aos EUA prevista para a primeira semana de julho, preparatória para uma viagem do ministro Blairo Maggi.
Fonte: EXAME