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Paciente que morreu por coronavírus em SP não estava em lista de casos confirmados

A primeira morte pelo novo coronavírus no Brasil foi de uma pessoa que estava fora da contagem oficial de infectados, que é informada diariamente pelo Ministério da Saúde. O governo de São Paulo, que assim como os demais Estados repassa a Brasília os dados locais, não tinha confirmado a contaminação do paciente até as 10h30 desta terça-feira, 17.

O óbito ocorreu na segunda, 16. A Secretaria Estadual da Saúde, agora, diz que estudar formas de ampliar os centros de diagnóstico para mapear melhor o crescimento do surto de coronavírus no Brasil.

A vítima, um paulistano que não havia viajado para o exterior, ficou seis dias internado em uma hospital de uma rede particular de São Paulo. O resultado do teste só foi recebido após o óbito. Essa rede teve mais quatro mortes em que há suspeita de infecção pelo novo coronavírus.

Sem exames em massa, que é uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), o governo de São Paulo não tem o dado exato de quantos pacientes em estado grave (com risco de morte) estão internados no Estado neste momento.

Até esta terça-feira, o País tinha 290 casos confirmados de coronavírus, segundo o Ministério da Saúde. Em São Paulo, há 162 casos confirmados, mas não há dado exato sobre quantos correm risco de morrer. A estimativa das autoridades, baseada em pesquisas já publicadas sobre o coronavírus, é de que 8% dos pacientes infectados evoluem para estado grave, segundo o infectologista David Uip, que coordena a equipe de combate à pandemia no Estado.

Até segunda-feira, Uip se mostrava contrário à ampliação dos exames, dizendo que a massificação de testes era “ideal”, mas não “real”. Ontem, ele disse que seu grupo de trabalho  fará a recomendação ao governador João Doria (PSDB) para ampliação do centro de diagnóstico do Estado.

Uip disse que há “a missão de arquitetar essa possibilidade de ampliação dos centros de diagnóstico em todo o Estado” para, depois, buscar recursos para operá-lo. “Vamos aguardar também a orientação do Ministério da Saúde, que é o órgão maior que deve fazer a política e disponibilizar recursos”, disse Uip.

Fonte: Estadão