Jayme Asfora
Sem a presença dos dois principais caciques, a oposição estadual se reúne hoje, no Recife Praia Hotel, para tentar se oxigenar e se reinventar. O encontro começa com uma novidade: os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Sérgio Guerra (PSDB), nomes que sempre estiveram à frente das articulações do grupo oposicionista, não participarão. A reunião será comandada justamente por lideranças mais jovens do bloco. São políticos que buscam um lugar ao sol, com vontade de tocar o barco, apesar do cenário difícil que têm pela frente, com a hegemonia do governador Eduardo Campos (PSB).
O encontro contará com a presença do deputado federal eleito Mendonça Filho (DEM), do deputado federal Raul Jungmann (PPS), do deputado estadual eleito Daniel Coelho (PV), do prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDB), do ex-presidente da OAB, Jayme Asfora (PMDB) e do presidente do PMN, Sílvio Barbosa. Eles vão discutir o resultado das eleições 2010 – nada positivo para a oposição – e traçar metas parase fortalecer em 2011 e 2012. O objetivo é organizar o reduzido bloco para agir de forma mais coesa e integrada, seja na Câmara Municipal do Recife ou na Assembleia Legislativa.
Para tentar reconquistar o poder na capital e no estado, segundo Jayme Asfora, o trabalho que a oposição pretende fazer uma aproximação com a sociedade e planejamento antecipado. Isso significa que o grupo não vai se articular só às vésperas da eleição, como vinha sendo frequente, mas começar a se posicionar mais cedo para clarear suas posições e fazer com que a população assimile.
O ano de 2011, nesse contexto, será decisivo para o bloco se consolidar ou não, especialmente no âmbito do Recife. O terceiro ano de gestão é sempre crucial, seja para quem está à frente do governo ou para a oposição. ´Tivemos atuações individuais importantes nos últimos anos, como a da vereadora Priscila Krause (DEM) e da deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB), mas precisamos agir de maneira mais integrada e coletiva`. Asfora acrescentou que os partidosnão pretendem fazer oposição no lugar dos vereadores e dos deputados, mas frisou que as legendas podem ter um papel importante no sentido de municiar as bancadas parlamentares.
Ausências
Jarbas e Sérgio Guerra não estarão presentes na reunião por estarem no Exterior, mas os dois, de qualquer forma, estão bem distantes das articulações locais e, coincidentemente, com as relações estremecidas. Jarbas tem uma liderança reconhecida no Senado, mas a derrota para Eduardo Campos enfraqueceu seu papel no estado. Guerra, por sua vez, continua sendo o maior cacique do PSDB, mas desde o final das eleições não se envolveu com o cenário estadual e deu margem a interpretações de que será governista.
Fonte: Folha de Pernambuco
