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‘Ninguém vai impedir’ que Enem passe pelo crivo de Bolsonaro, diz futuro ministro da Educação

O futuro ministro de Educação do governo de Jair Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez , disse que “ninguém vai impedir” que as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passem pelo crivo do presidente eleito antes de serem aplicadas.

— Se o presidente se interessar, né? Ninguém vai impedir. Ótimo que o presidente se interesse pela qualidade das nossas provas — afirmou ele.

A declaração foi dada na noite de segunda-feira, dia 26, quando ele falou à imprensa pela primeira vez, durante uma recepção em sua homenagem na Universidade Positivo, em Londrina, norte do Paraná. Ele mora na cidade com a família e dá aulas de Relações Internacionais nessa instituição particular.

Ainda sobre o Enem, Vélez Rodríguez afirmou que a prova precisa ser preparada de forma a evitar doutrinação:

— Tem que ser uma prova que avalie realmente os conhecimentos, e que não obrigue o aluno a assumir determinada posição com medo de levar “pau”. Tem muito aluno que me falou: “Professor, eu tento responder certo, não quero levar ‘pau'”.

Ele foi anunciado como ministro da Educação pelo presidente eleito na última quinta-feira (22). Nascido na Colômbia e naturalizado brasileiro em 1997, o futuro ministro é autor de mais de 30 obras e professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército.

O futuro ministro é mestre em pensamento brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ); doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho; e pós-doutor pelo Centro De Pesquisas Políticas Raymond Aron.

Projeto Escola sem Partido

Vélez Rodríguez contou que assistiu a uma sessão da Câmara dos Deputados na qual se discutia o projeto de lei Escola sem Partido, e considera que a discussão está sendo muito aberta.

— Acho que está acontecendo uma discussão muito aberta e vai haver uma moderação na regulamentação disso. Não acredito que haja violação dos direitos das pessoas para se exprimirem — disse.

Ele se posicionou, novamente, a favor do projeto, alegando que hoje partidos políticos exercem influência sobre estudantes dentro de escolas de ensino fundamental e médio:

— Eu acho que a doutrinação não é boa para o aluno, nos primeiros anos, no ensino básico, fundamental, tem que ser educado fundamentalmente para integrar-se na sua comunidade, no seu país, que é um país suprapartidário. Não é um partido político que vai fazer com que o menino, o jovem tenha consciência cidadã.

Fonte: O Globo