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MPF apresenta notícia-crime de racismo contra assessor do Planalto devido a gesto usado por supremacistas

O Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional da República da 5ª Região, apresentou uma notícia-crime (petição para dar início a uma ação penal) pelo delito de racismo contra o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Filipe Martins. Ela foi motivada por um gesto feito pelo servidor público que é utilizado como símbolo de ódio por supremacistas brancos de extrema-direita.

O procurador solicitou que a notícia-crime seja distribuída a um dos procuradores da República no Distrito Federal e que resulte em denúncia. O gesto foi feito durante uma reunião no Senado para discutir a pandemia da Covid-19, transmitida pela internet na quarta-feira (24).

Com a mão direita, o servidor público reproduz as letras “w” e “p”, que, em inglês, formam a sigla “white power”, que significa “poder branco”. Ele acompanhava o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Henrique Fraga Araújo, no encontro.

A notícia-crime foi formulada pelo procurador regional da República Wellington Cabral Saraiva, que remeteu o ofício à Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF) na sexta-feira (26).

No documento, o procurador afirma que o assessor cometeu crime de racismo ao “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

O gesto citado na notícia-crime, segundo o MPF, é utilizado por extremistas desde, pelo menos, 2017 e passou a ser uma maneira de veicular, de forma discreta, um sinal supremacista que poucas pessoas perceberiam.

Durante a reunião, o assessor repetiu por três vezes o símbolo. Filipe Martins afirmou, numa rede social, que estava somente ajeitando a lapela do terno.

O caso começou a ser investigado pela Polícia Legislativa (veja vídeo abaixo) e também foi alvo de um requerimento da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio Grande do Sul, que pediu que fosse aberta uma investigação sobre o caso.

Fonte: G1