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MP-BA investiga crimes contra mulheres de grupo anti-Bolsonaro

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) vai apurar os crimes cometidos contra mulheres que tiveram contas invadidas e foram ameçadas nas redes sociais por terem criado um grupo no Facebook contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL). 

A procuradora-geral de Justiça Ediene Lousado recebeu na noite de terça-feira (18) as criadoras e participantes do grupo que tiveram as contas pessoais do Facebook, e-mails e até celulares invadidos. A publicitária Ludimilla Teixeira, as advogadas Ana Clea Cordeiro e Juliana Borges, a jornalista Vanda Amorim, a defensora pública Mônica Aragão e a fotógrafa Sandra Andrade relataram também que estão sofrendo discriminação e ameaças desde que o grupo começou a se popularizar. A página, chamada “Mulheres Contra Bolsonaro”, chegou a mais de 2 milhões de participantes. Com a fama, acabou sendo roubada e tendo nome mudado para ficar favorável ao candidato, mas o próprio Facebook restabeleceu a página ao nome original.

As criadoras da página pediram apoio ao MP para identificar e responsabilizar as pessoas por trás dos ataques. A procuradora-geral prometeu rigor no caso. As denúncias serão encaminhadas aos Núcleos de Combate aos Crimes Cibernéticos (Nucciber) e de Apoio às Promotorias de Justiça Eleitorais (Nuel) e aos Grupos de Atuação Especial de Defesa da Mulher (Gedem) e de Combate à Discriminação (Gedhdis).

Ataques
Uma das administradoras do grupo que também sofreu ataques foi a professora Maíra Motta, de Vitória da Conquista. Sua advogada, Kellma Farias conta que ela teve a linha sequestrada por volta das 14h de sexta-feira (15). A advogada detalha que quase que no mesmo momento a linha foi recuperada por outra pessoa. “Até o momento não sabemos de onde conseguiram recuperar a linha dela”, lamenta, destacando que esta é uma informação muito importante para ajudar nas investigações.

Kellma ressalta também que é no mínimo estranho outra pessoa ter conseguido resgatar a linha de sua cliente, uma vez que o procedimento padrão para o resgate exige que o titular compareça pessoalmente em uma das lojas da operadora com algum documento com foto em mãos. Na noite de sexta, Maíra recuperou a conta do celular, quando foi orientada a seguir essas instruções.

Em entrevista ao CORREIO ela informou que o grupo está processando os autores dos ataques e que cada uma das vítimas também entrou com ações judiciais independentes. “Ainda estamos na investigação policial para descobrir de onde partiram os ataques […] Assim que a investigação terminar vamos mover uma ação para ressarcimento de danos morais e materiais”, revelou.

Fonte: Correio 24 Horas