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Moro fala em ‘protagonismo’ de Léo Pinheiro para obstruir CPMI

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, escreveu no despacho em que autorizou a prisão preventiva do empreiteiro José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, da OAS, que o conjunto de fatos e provas relacionadas a Pinheiro mudou “significativamente” desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu a ele prisão domiciliar. Já condenado a 16 anos e quatro meses de prisão por envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobras, Léo Pinheiro voltou a ser preso nesta segunda-feira, desta vez por atuar para obstruir os trabalhos da CPMI da Petrobras, em 2014. Ele também foi alvo de condução coercitiva na Operação Greenfield, deflagrada hoje, que mira fraudes em fundos de pensão estatais.

Na decisão assinada por Moro na sexta-feira, o magistrado lembra que desde abril de 2015, quando Pinheiro passou a cumprir a prisão em casa, o empreiteiro foi acusado pelo Ministério Público Federal por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção em pelo menos três processos da Lava Jato e começou a ser investigado no inquérito “que tem por objeto suposto pagamento de vantagem indevida ao ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva pela Construtora OAS, com supervisão direta de José Adelmário Pinheiro Filho, na forma de entrega e reforma de apartamento triplex em empreendimento imobiliário”.

Para o juiz federal, no entanto, “o aspecto mais preocupante” é o pagamento de propinas para obstruir investigações. Conforme aponta o pedido de prisão do MPF, Léo Pinheiro, classificado como “criminoso habitual” pelos procuradores e “protagonista” da obstrução por Moro, concordou em pagar 5 milhões em propina ao ex-senador Gim Argello para que os empreiteiros do clube do bilhão do petrolão fossem poupados de convocações na CPMI. Teriam sido efetivamente pagos, segundo as investigações conseguiram rastrear, 350.000 reais, destinados ao ex-senador por meio da conta de uma paróquia de Taguatinga (DF). Argello foi preso em abril, na 28ª fase da Lava Jato, e é réu pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Fonte: VEJA