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Mercado de trabalho desacelera e aumenta número de ‘desalentados’

A recuperação do mercado de trabalho brasileiro desacelerou depois de apresentar aumento no primeiro trimestre de 2018. De acordo com a PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apesar da queda na comparação interanual, os dados revelam que a taxa de desocupação se mantém praticamente estável, em torno de 12,5%, o que reflete na desaceleração do crescimento da população ocupada.

Segundo a pesquisa, divulgada nessa segunda-feira (25) pela seção Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a acomodação da taxa de desemprego se deve à desaceleração do ritmo de crescimento da população ocupada, que passou de 2,1% no trimestre encerrado em janeiro, para 1,7% em abril.

Com o ajuste sazonal, que é um acerto em função da variação de estação, a população ocupada segue praticamente estável desde o início deste ano.

Porém, o desalento – pessoas que desistiram de procurar emprego – cresceu em 2018. A análise explica que o desalento aumentou por causa de uma transição maior de trabalhadores que saíram da ocupação e migraram para o desalento, não passando ou ficando pouco tempo na desocupação. De acordo com o instituto, a população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por: não conseguir trabalho por falta de experiência, por ser muito jovem, idosa ou não encontrar trabalho na localidade; e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. No primeiro trimestre desse ano, os desalentados também bateram recorde ao atingirem 4,1 por cento da força de trabalho, a 4,6 milhões de pessoas, 300 mil a mais do que nos três meses anteriores.

Dessa forma, não é possível afirmar que o aumento dos desalentados é provocado após um longo período de desemprego.

Ainda de acordo com a pesquisa, embora o número de desocupados esteja recuando desde o fim de 2017, o tempo de permanência no desemprego aumentou.

Apesar de registrar queda em dois trimestres consecutivos, o número dos trabalhadores que se mantiveram desocupados durante o primeiro trimestre de 2018 voltou a crescer, atingindo o maior patamar da série. A PNADC também mostra que vem crescendo a proporção de trabalhadores que espera mais de dois anos procurando por um emprego. Em 2015, o percentual era de 17% e saltou para 23% no primeiro trimestre de 2018.

Fonte: R7