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Mais de 136 mil crianças pernambucanas não frequentam creches por conta da dificuldade de acesso, diz pesquisa

A dificuldade ao acesso às creches deixa pelo menos 136 mil crianças pernambucanas de fora das instituições, ou seja, 25% deste público não frequenta o espaço no estado. Os dados foram revelados pelo Todos Pela Educação, que utiliza informações da Pnad Contínua Educação 2023, pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A creche é a primeira etapa da Educação Básica e é voltada para crianças de 0 a 3 anos. As crianças nesta faixa etária não são obrigadas a estarem matriculadas nesses espaços, mas a oferta de vagas é dever constitucional e um direito das crianças e famílias. De acordo com o estudo, cerca de seis em cada 10 famílias gostariam que seus filhos frequentassem creches, mas apenas quatro são atendidas.

O estudo aponta que “as barreiras de acesso atingem de forma diferente as crianças mais pobres e as mais ricas. Dentre as famílias mais pobres, 28% das crianças não estão nas creches por dificuldade de acesso. Já entre as mais ricas, esse número cai para 7%”.

No Brasil, 2,3 milhões de crianças não possuem acesso às creches por alguma dificuldade de acesso ao serviço. Os estados com os maiores números de crianças fora destes ambientes são: São Paulo (267 mil), Minas Gerais (217 mil), Pará (205 mil), Bahia (204 mil) e Maranhão (137 mil).

Por outro lado, os maiores percentuais de crianças que não frequentam a creche por dificuldade de acesso estão nas regiões Norte e Nordeste do país. Os quatro estados com os maiores índices são: Acre (48%), Roraima (38%), Pará (35%) e Piauí (33%).

“Mais de 2 milhões de crianças fora de creche no Brasil estão nessa condição ou porque não têm creche perto de casa, têm mas falta vaga, ou até mesmo pelo fato de a creche não aceitar a criança por causa da idade. Há algumas unidades que só aceitam crianças a partir dos dois anos, por exemplo. São crianças cujas famílias querem colocar numa creche, desejam o atendimento, mas não conseguem obter do Estado esse direito. Por isso, o número chama muita atenção”, disse o diretor de Políticas Públicas do TPE, Gabriel Corrêa, em entrevista à Agência Brasil.

As famílias alegam que suas crianças estão fora da creche por conta da idade, segundo a pesquisa. Além disso, há dificuldade na matrícula por conta do número de vagas e da distância.

A pesquisa destaca que a “creche tem a função de oferecer mais plenitude à infância, diversificando e aprofundando as primeiras aprendizagens e as interações sociais e, assim, construir uma base sólida e abrangente que prepare os pequenos para a aprendizagem ao longo de toda a vida. Tudo isso além de ser um espaço para que as crianças recebam cuidados e se desenvolvam enquanto seus responsáveis trabalham”.

Fonte: Diario de Pernambuco