Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

Lula diz a aliados que “constituinte foi barbeiragem do governo”

A estratégia do governo Dilma Rousseff para dar uma resposta à onda de protestos pelo País foi chamada de “barbeiragem” pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antigo defensor da ideia, o petista queixou-se a aliados da forma “atabalhoada” como foi gestada a proposta da convocação de uma constituinte exclusiva para discutir a reforma política, sem uma discussão prévia com o Congresso. Mais ainda, do recuo da iniciativa apenas um dia depois. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.

Petistas contatam ainda que Lula criticou especialmente a decisão de consultar o ex-presidente Fernando Henrique Cardos (PSDB) sem que governistas, entre eles o vice-presidente Michel Temer (PMDB), fossem ouvidos. A atuação dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Aloizio Mercadante (Educação), que auxiliam Dilma, também tem sido objeto de críticas dentro do PT. Lula teria, inclusive, telefonado a Mercadante para externar sua insatisfação sobre a proposta. A assessoria do Institulo Lula diz desconhecer o telefonema. Interlocutores afirmam que o ex-presidente tem reservado sua opinião a público restrito, como o grupo de jovens recebido na última quarta-feira. Após ouvi-los, Lula disse que o governo deveria apresentar dados em defesa da gestão petista.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra

Um comentário sobre “Lula diz a aliados que “constituinte foi barbeiragem do governo”

  1. Machado Freire

    Com a experiência e vivência que tenho (como militante de esquerda ainda hoje marcado por oportunistas da direita que se aproveitam do atual governo, em todos os níveis), me envergonho do Governo Federal e dos seus apaniguados.

    Eles não sabem como aplicar o remédio certo para combater todos os males que inojam nosso povo, em particular a estudantada e trabalhadores que não aguentam mais convier com tanta irresponsabilidade de determinados gestores públicos que se passam por donos do poder.

    Vejam, por exemplo, quanto foi gasto com “festas” nada populares e nada culturais, em detrimento de um povo sofrido que não tem saúde, educação e tudo mais com o mínimo de qualidade. Como isso pode acontecer em municípios onde ainda existe um tal de “pau de arara” como meio de transporte escolar e o nepotismo é a forma “branda’ de elevar o ganho de muitos gestores e seus familiares e puxa-sacos.

    Confesso que não imaginar – nem de longe – na implementação desse tal de Plebiscito, para definir uma tal “reforma” política. O povo precisa de pão, saúde, educação, vergonha na cara e ladrões na cadeia.

    E o custo: R$500 milhões.. Isso cheira a IRRESPONSABILIDADE civil e administrativa em detrimento dos pobres e miseráveis do Nordeste brasileiro.

    Cadê os vereadores, tidos e vistos como “legitmos defensores do povo”, não não saem ás ruas ?!