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Lesões fazem seleção cogitar diminuir intensidade nos treinos

Mais do que a greve de silêncio de Neymar, o clima só ficou tenso de verdade quando surgiu o preparador físico Fábio Mahseredjian. No vestiário do Spartak Stadium ele teve encarar perguntas duras dos jornalistas. Todos queriam saber se havia uma epidemia de lesões musculares provocadas por excesso de treinamento durante a Copa.

Renato Augusto reafirmou ontem. “Eu senti mesmo os treinos. E meu joelho inchou. Foi o que eu havia dito e mantenho. Foram intensos, diferentes do que faço na China.” A esposa de Douglas Costa revelou que as dores no músculo adutor da coxa direita do marido vieram dos treinos mais fortes do que na Juventus. Danilo nunca mais deu entrevista depois de machucar o quadril no último treino contra a Costa Rica.

E quarta-feira Marcelo deixou o jogo contra a Sérvia com dores nos músculos que sustentam a coluna. O médico Rodrigo Lasmar levantou a possibilidade de o responsável ser o colchão macio demais da concentração. Resposta que não convenceu os jornalistas.

Perguntei a Fábio sobre o ‘excesso de treinamentos’.

“Cosme, você me conhece há anos e anos. Acompanhou os meus treinos no Corinthians. Sabe que tudo o que faço é extremamente individualizado. O treinamento é intenso, mas curto. Fizemos os estudos mais modernos possíveis para saber até onde cada atleta poderia ir.

“Lidamos com algo muito delicado porque esses atletas vieram de final de temporada europeia. E ela é muito desgastante. Avaliamos as condições de cada um. E estamos dando a carga de treinos que consideramos ideal para que o Tite tenha uma equipe vibrante, capaz de realizar o que ele planeja.

“Não estamos indo no limite. Sabemos onde temos de parar. O fator que precisa ser levado em consideração é que não podemos conter a vontade, a intensidade pessoal de cada um na hora de se exercitar. A Copa do Mundo é uma competição que tem enorme aspecto emocional. Em todas as ações.

“Há inúmeros motivos que podem propiciar as lesões. Não são só os treinamentos. Há a genética, a predisposição do jogador. Um movimento mal feito. Falta de concentração. O aspecto emocional.

“Colocar a culpa no excesso de treinamentos é algo simplista demais. Nós não estamos fazendo com os jogadores nada que não tivéssemos estudado com muita antecedência.

“Mas vou conversar com a minha comissão física, com os médicos. Estudar ainda mais a situação de cada jogador, como sempre fazemos. E se tivermos de diminuir a carga de exercícios, diminuiremos.

Fonte: Blog do Cosme Rímoli