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Lei antifumo entra em vigor na Rússia

Restrições ao tabaco entraram em vigor na Rússia neste sábado e o presidente russo, Vladimir Putin, espera que a medida crie uma mão de obra mais saudável e ajude a reverter o declínio da população, embora haja forte resistência no país em que quatro em cada dez pessoas fumam.

A medida, parte de uma lei que Putin sancionou em fevereiro, inclui a proibição de fumar em escolas e universidades, museus, instalações desportivas, hospitais e transportes públicos, alguns dos locais onde fumar já era proibido.

Um preço mínimo para cigarros deverá ser definido em janeiro e o maior desafio para a cultura do cigarro na Rússia virá em junho de 2014: a proibição de fumar em cafés, restaurantes e hotéis, e a suspensão das vendas de cigarro em quiosques de rua.

Quase 40 por cento dos russos fumam, em comparação a 27 por cento nos Estados Unidos e a 30 por cento na França, de acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A esperança de vida média na Rússia é de 69 anos, contra 79 anos nos Estados Unidos e 82 anos na França, de acordo com o Banco Mundial.

Há dúvidas sobre o cumprimento da lei e um amplo debate entre os russos sobre o impacto da nova legislação. Adotar a lei foi a coisa certa a fazer, disse Alexander, um morador de Moscou. “Eu pretendo parar de fumar e espero que isso ajude.”

Mas os contrários à medida dizem que não vai funcionar e que atenta contra os direitos dos fumantes. “Nosso país não está preparado para essa lei”, disse o proeminente jurista Mikhail Barshchevsky, comparando-a ao esforço impopular do ex-líder soviético Mikhail Gorbachev para reprimir o consumo de bebidas alcoólicas durante sua reforma “perestroika” no fim dos anos 1980.

“Esta não é uma lei sobre o combate ao fumo, é uma lei sobre genocídio de fumantes.”

A lei tem o objetivo de alinhar gradualmente o país a um pacto internacional de controle do tabaco e desestimular os cidadãos ao hábito que, segundo o primeiro-ministro Dmitry Medvedev, mata quase 400 mil russos a cada ano.

Fonte: Agência Reuters