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Juiz Sérgio Moro arranca amor e ódio durante evento em Salvador

A professora aposentada Cristina Ribeiro, de 60 anos, foi uma das pessoas que ficaram esperando a saída do juiz federal Sérgio Moro, nessa quinta-feira (23), após o primeiro dia da 3ª edição do Simpósio Nacional de Combate à Corrupção, que aconteceu  no Shopping Barra, em Salvador. Ela carregava um cartaz em apoio à atuação do magistrado nos processos da Operação Lava Jato, com a frase “Sérgio Moro, nós te amamos”.

“Nós precisávamos há muitos anos de uma pessoa como ele, que luta contra a corrupção, e que venham mais juízes assim”, declarou a professora. 

Ao lado de Cristina, um grupo com cerca de 50 pessoas aguardavam ansiosas a saída de Moro, responsável pela 13ª Vara Federal de Curitiba, que palestrou por 2 horas durante a abertura do evento para uma plateia de 917 pessoas – formada por delegados, estudantes e pessoas da sociedade civil que se inscreveram. Além da sala principal do cinema, onde ele palestrou, o evento foi transmitido em outras duas salas de exibição.  

O juiz, que foi homenageado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal  (ADPF) e recebeu a medalha Tiradentes, fez questão de afirmar que a Lava Jato “é fruto de um trabalho em conjunto, desenvolvido com a ajuda da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e, também, da sociedade civil”.  O prêmio, criado em 1976, junto com o primeiro estatuto da ADPF, é destinado para pessoas que tenham prestado serviços de destaque à ADPF ou à classe policial em geral.

Moro ainda comparou a operação com o Escândalo do Banestado, na segunda metade de 1990, e ressaltou que o sucesso da Lava Jato está, justamente, no fato de ter conseguido o apoio tanto das instituições quanto da população. “A operação é resultado de muita persistência do judiciário”, disse.

Para Sérgio Moro, a Operação Lava Jato revela casos de “corrupção sistêmica e que envolvem muita gente”. Nos processos que têm como réus políticos brasileiros, o juiz, sem mencionar a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que “a figura do presidente da República é a de maior visibilidade no Estado e não é possível que as pessoas queiram lideranças que não sirvam de exemplo”.

Moro também aproveitou a oportunidade para declarar apoio à determinação do Supremo Tribunal Federal de que deva existir execução da pena em segunda instância. “É essencial que isso aconteça”, afirmou.

O prefeito de Salvador, ACM Neto, também compareceu ao evento e fez questão de parabenizar Sérgio Moro pela atuação no âmbito da Lava Jato. O gestor municipal corrobora com as ideias do juiz quanto à execução da pena em segunda instância. “Para mim está muito claro: quem tem condenação em segunda instância não poderá ser candidato a qualquer cargo, não interessa se está disputando cargo de deputado estadual ou de presidente da república. A lei da ficha limpa é clara: condenação por órgão colegiado, em segunda instância, inabilita que a pessoa possa ser candidato”, declarou.

Neto ainda fez uma comparação entre fotografia e filme quanto ao cenário de corrupção no país. “Quando vemos uma fotografia, ainda há muitos problemas de corrupção; agora, como filme, a gente consegue ter uma visão mais otimista e enxergar um futuro do Brasil mais transparente. E o juiz Sérgio Moro é um dos grandes exemplos de cumprimento do serviço público do país”, concluiu o prefeito.

Fonte: Correio 24 Horas