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Irmão de Fernando Bezerra Coelho teria recebido dinherio de doleiro preso pela PF

Reportagem do jornal Folha de São Paulo revela que o ex-presidente da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) Clementino de Souza Coelho foi flagrado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, pedindo dinheiro para o doleiro Alberto Youssef. Clementino é irmão do ex-ministro Fernando Bezerra (PSB), pré-candidato da Frente Popular ao Senado. Segundo o texto, a Polícia Federal interceptou trocas de e-mails do ex-dirigente, que comandou a Codevasf por um ano, com o doleiro.

Em nota, o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho negou que o irmão tenha sido escolhido por ele para presidir a Codevasf. Informa também que Clementino Coelho atuava na empresa desde 2003, como diretor de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura. “Ao assumir o Ministério da Integração, Fernando formalizou a indicação de um novo nome para responder pelo cargo, atribuição específica da Presidência da República. Com a demora na designação da nova diretoria, o diretor mais antigo na casa passou a responder pela presidência, conforme regula o estatuto da Codevasf. Esta era a condição de Clementino em 24 janeiro de 2011”, diz a nota.

A polícia encontrou nas mensagens comprovantes de depósito em valores fracionados para “João”, além de pedidos de dinheiro para “Maria” e “Fábio”. Números indicados por Youssef nas mensagens como os dos CPFs dos favorecidos correspondem aos documentos de João Clementino de Souza Coelho e Maria Cristina Navarro de Brito, respectivamente, filho e mulher de Clementino de Souza Coelho. “Fábio” é descrito pela PF como Fábio Leivas, que a polícia não diz quem é. Segundo a reportagem, não foi possível identificá-lo.

A reportagem diz que, em um dos e-mails interceptados pela Polícia Federal, de 30 de janeiro deste ano, Clementino enviou a Youssef, a quem chama de primo, dados de uma conta bancária com os dizeres: “assim sendo fica: Fabio 30, Maria aprx 35, joao 60”. A expressão “aprx” significa “aproximadamente”.

De acordo com o jornal, no dia seguinte, o ex-presidente da Codevasf cobrou por e-mail: por favor, assegure que as entregas serão feitas hoje ainda os 3 endereços fornecidos, sendo JOAO 60, FABIO 30 E MARIA OS 35…”. No dia 4 de fevereiro, Youssef enviou os dados bancários de João Clementino e Maria para um contato que a PF suspeita auxiliar o doleiro no possível “cometimento do crime de evasão de divisas”.

O contato do doleiro escreveu “60.000,00” embaixo do nome de João e “35.289,00” embaixo de “Maria”. A PF apreendeu ainda comprovantes de depósitos em nome de João Clementino, em valores diversos, segundo o relatório: “R$ 500, R$ 10.000, R$ 9.900”.

Fonte: Diario de Pernambuco