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Ibovespa cai 0,67% com adiamento de reforma da Previdência

A bolsa brasileira teve nesta quinta-feira, 14, seu segundo dia seguido de queda, apoiada no ceticismo do mercado em relação à reforma da Previdência. Pesaram no humor dos investidores o receio de incapacidade do governo de aprovar a reforma em um ano eleitoral e o risco de que o País sofra um downgrade nos próximos meses. A falta de coesão entre líderes da base do governo foi outro fator de mal-estar nos negócios, segundo relataram profissionais de renda variável. Em contrapartida, o mercado conservou a expectativa de que uma eventual condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no julgamento de janeiro possa mudar o quadro eleitoral em 2018, beneficiando um candidato com discurso reformista.

O Índice Bovespa chegou a cair 1,30% pela manhã, enfrentou instabilidade à tarde e terminou o pregão em baixa de 0,67%, aos 72.428,93 pontos. Os negócios com ações na B3 totalizaram R$ 12,7 bilhões, volume superior à média dos últimos dias.

A bolsa já iniciou o dia em terreno negativo, repercutindo a informação dada na véspera pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), sobre o adiamento da votação da Previdência para fevereiro. A informação foi confirmada nesta quinta à tarde pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Pouco depois, a agência de rating Moody’s afirmou em nota que a postergação é “fator de crédito negativo” para o País, por indicar falta de apoio político para a proposta em um ano de eleição presidencial.

O Ibovespa, que operava em leve queda no início da tarde, acelerou pontualmente o ritmo após as manifestações de Maia e da Moody’s. “O adiamento da reforma para fevereiro tira de cena temporariamente aquele que vinha sendo o principal ‘driver’ do mercado. De certa forma a possibilidade de um downgrade acaba assumindo parte desse papel do mercado no curto prazo”, disse Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora. Outro importante “driver” apontado no mercado será o julgamento de Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (marcado para 24 de janeiro) e seus desdobramentos.

Fonte: IstoÉ