Flávia Tamarindo e Raquel Rocha
Muitas vezes o distúrbio da gagueira é tratado como brincadeira por grande parte dos programas humorísticos da TV e do rádio, virando motivo para chacotas e piadas na escola ou até mesmo no meio da rua. Ao contrário do que grande parte da população pensa, gagueira não tem graça e causa muitos desvios sociais nas pessoas que possuem o problema.
Na última sexta-feira (23) foi celebrado em todo o mundo o “Dia Internacional de Atenção à Gagueira”. Para lembrar a data em Salgueiro, sábado (24) o Programa Expressão apresentado na rádio Salgueiro FM pela jornalista Raquel Rocha, convidou a fonoaudióloga Flávia Tamarindo, com objetivo de esclarecer a população salgueirense o que realmente é a gagueira, quais suas causas, que sintomas apresenta e quais os tratamentos existentes.
“A gagueira é um distúrbio neurofisiológico que afeta a fluência da fala. Ela afeta o cérebro, o processo de funcionamento da linguagem, onde o cérebro vai apresentar uma dificuldade de finalizar o término de um som ou de uma sílaba e passar para o próximo. Ela ocorre na fala espontânea, principalmente quando a pessoa tem muita coisa pra falar”, disse a fonoaudióloga no começo da entrevista, lembrando que o problema é involuntário e acontece principalmente quando a conversa é longa.
Flávia afirmou que os primeiros sintomas da gagueira surgem na infância, geralmente na faixa etária dos 2 aos 4 anos de idade e dos 6 aos 8 anos, quando a criança ainda está desenvolvendo a fala. “É um período de desenvolvimento de linguagem. Nesse momento onde a criança está desenvolvendo a fala, onde ela tá aprendendo a falar. Dependendo da maneira que a família lida com esses primeiros sintomas, pode desencadear mais tarde um processo mais complicado, uma gagueira crônica”, explicou.
De acordo com a especialista em fonoaudiologia, a gagueira não tem cura, mas tem tratamento, se a pessoa for assistida por um profissional especializado. “O tratamento fonoaudiológico busca a melhor fluência da pessoa com gagueira. Existem várias técnicas, vários trabalhos que são realizados em terapia e vai depender de pessoa para pessoa. É importante deixar claro que todo fonoaudiólogo é habilitado para tratar da gagueira, mas nem todos têm o conhecimento pra tratar a gagueira”, afirmou.
Fonoaudióloga especializada em saúde da família, pós-graduanda em educação especial e inclusiva, Flávia Tamarindo fez questão de deixar claro para todas as pessoas que possuem algum portador de gagueira em casa, sobre a importância de se informar antes de procurar um atendimento. Conforme disse no fim da entrevista, é necessário saber se o profissional trabalha com fluência de fala antes de iniciar o processo de tratamento.
Da redação do blog de Alvinho Patriota por Chico Gomes
