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Família de Marielle Franco participa de missa no centro do Rio

Uma missa celebrada ontem (14) na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no centro do Rio, na data em que marca um mês do assassinato de Marielle Franco, reuniu amigos e parentes da vereadora do PSOL. O pai de Marielle, seu Antônio Francisco da Silva, disse que tem sido difícil seguir adiante, mas as homenagens e o apoio de amigos têm ajudado a amenizar o sofrimento. “Calaram a voz da minha filha covardemente. Sempre vou dizer covardemente, porque não deram nenhuma chance de defesa para a minha filha. Então, eles foram muito covardes nesse ato”, disse após a missa. 

A mãe de Marielle, Marinete da Silva, falou sobre a angústia da espera pela elucidação do assassinato: “É duro. São 30 dias nessa espera, com a expectativa de que vai conseguir resolver de alguma maneira. Para mim, para a sociedade, para a família toda. A gente espera uma resposta porque não tem explicação para o que fizeram com a minha filha. Foi cruel. Acho que para todos que conheciam a história dela e para mim, como mãe, é muito difícil. Tem sido dias de muita dor e muito luto para a gente”

Para Marinete, o assassinato da filha além de ser cruel foi “macabro”. “Não se cogita em época nenhuma se enterrar filho e eu enterrei minha filha de uma maneira precoce, trágica e dolorosa demais pelo que fizeram”, disse.

As manifestações e homenagens que estão ocorrendo mundo a fora também são motivo de força para a família. “A gente tem se apegado muito a isso e é unir forças mesmo. Enquanto o mundo clamar, vamos esperar por uma resposta. A gente quer e precisa”, disse Marinete ao ressaltar que confia no trabalho de investigação: “Eu confio muito no trabalho que está sendo feito e vou confiar sempre que eles vão resolver [o crime]”.

Anielle Franco, irmã de Marielle, disse que as manifestações que tem ocorrido no Brasil e fora do país mostram que houve um reconhecimento do trabalho da irmã, embora infelizmente isso tenha ocorrido apenas após a morte dela. “A gente espera por justiça e a gente espera mais do que quem fez, mas quem mandou fazer. Queria muito saber, porque a pessoa arquitetou muito bem esse crime. Quem foi o autor intelectual desse crime e por quê? Ela dialogava tanto, porque não tentar o diálogo?”, questionou.

Fonte: Agência Brasil