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Em crise, Uerj faz vestibular com menos da metade dos candidatos do ano passado

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) realizou neste domingo (16) a primeira etapa do vestibular para 2018. O segundo exame de qualificação está programado para 17 de setembro, com inscrições entre 21 de julho a 7 de agosto. A fase final do vestibular da Uerj é uma prova discursiva, que será aplicada no dia 3 de dezembro.

A crise financeira do estado reduziu a mais da metade o número de candidatos inscritos no processo seletivo da Uerj neste ano. Foram 37 mil, contra 80 mil no ano passado. O primeiro dia de exame registrou 10,38% de faltas, um pouco acima da média histórica que oscila entre 8% e 9%.

O diretor do Departamento de Seleção Acadêmica (DSEA) da Uerj, Gustavo Krause, atribuiu o aumento de faltas não à crise, mas à saída da corporação dos bombeiros do vestibular perto do fim das inscrições. Com isso, muitas pessoas que só estavam se inscrevendo para cursar a Academia de Oficiais Bombeiros desistiram da prova.

Krause disse que mais que se concentrar nos candidatos que não compareceram, a preocupação tem de ser com as “milhares de pessoas que ainda acreditam na Uerj, na universidade pública, inclusiva, uma universidade de tradição, a despeito de toda crise do estado e do país”. “Ainda acreditam na gente”, destacou.

Aposta na Uerj

Marcela Dib é uma das candidatas que não desistiram de tentar entrar na Uerj apesar da crise. Em sua segunda tentativa, ela fez engenharia no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ) e pretende cursar medicina. “Acho que, quando a gente diz que não vai entrar para a universidade porque ela está em crise, a gente está deixando de lado aquela situação. Quando a gente entra como aluno para a luta, para que aquilo se mantenha, é um ato político que a gente está fazendo virando estudante da Uerj”, justificou.

O gesto de Marcela Dib emocionou o diretor Krause. ”É um gesto muito bonito de apostar nessa universidade inclusiva, de todas as cores. Os alunos que ficam aqui sentem uma experiência única porque convivem com várias classes, com toda a periferia do Rio de Janeiro. É algo que nos estimula muito”. Krause ressaltou que a Uerj foi pioneira no sistema de cotas “e aqui as cotas funcionaram”.

Tentando uma vaga no curso de engenharia civil, Eduardo de Souza Fernandes, de 19 anos diz que a Uerj mantém o prestígio mesmo com a atual crise. “Essa é uma instituição de excelência, muito conhecida, e todo mundo se interessa, apesar da situação em que está atualmente”, diz.

Ex-aluna da Uerj, formada em 1984, a médica Lumena Tereza Gandra acredita que a universidade vai sair da situação de penúria. “Esta é uma universidade de excelência, com excelentes professores, que já formou uma série de bons profissionais, e por tudo que ela oferece”, comenta.

Fonte: Agência Brasil