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Crivella escapa de processo de impeachment na Câmara do Rio

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), se livrou nessa quinta-feira de enfrentar um desgastante processo de impeachment. Por 29 votos a 16, os vereadores da Câmara do Rio de Janeiro rejeitaram abrir investigação contra o bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. Crivella era suspeito de cometer crime de improbidade administrativa por oferecer vantagem indevida para um grupo de lideranças evangélicas. Com a derrubada desse pedido de impeachment, um outro que havia sido protocolado foi considerado prejudicado.

“O prefeito vem sistematicamente fazendo reuniões com um grupo razoável de pastores de igrejas evangélicas”, discursou Fernando William, líder do PDT, na sessão desta quinta-feira, destacando que o prefeito não tem se reunido com grupos de babalorixás ou de qualquer outra religião. Uma das reuniões de Crivella com evangélicos foi gravada e teve seu conteúdo exposto pelo jornal O Globo, o que gerou três pedidos de impeachment. Dezessete dos vereadores se uniram para interromper o recesso da Câmara e deliberar sobre a admissibilidade do processo de impeachment.

A mobilização não foi o bastante, contudo, para dar prosseguimento a uma investigação por infração político-administrativa e um crime de responsabilidade. A oposição precisava apenas de metade mais um do quórum presente (45 vereadores), mas ficou longe disso. Os 16 votos pelo início do processo foram menos até do que os 17 vereadores que se reuniram para viabilizar a sessão desta quinta-feira — os opositores precisavam de ao menos 23 votos.

A sessão acabou virando um grande debate sobre a gestão de Crivella. Ao cobrar investigação sobre a conduta do prefeito, o vereador Zico (PTB) disse que o Rio de Janeiro está sem médicos ou professores e com obras inacabadas e salários atrasados. Defensor do prefeito, o vereador Jorge Manaia (Solidariedade) disse que o pedido de impeachment era “um movimento político de pessoas que estão interessadas na próximas eleições”. Líder do PSC, o vereador Otoni de Paula foi na mesma linha: “Quero dar um conselho para o PSOL: [se] querem derrubar Crivella, esperem 2020 chegar!”.

Fonte: EL País