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Cobrado por reajuste salarial, Bolsonaro faz aceno a policiais e promete abrir novas vagas para PF e PRF

Alvo de críticas da categoria policial por frustrar uma expectativa de reajuste salarial de até 20%, o presidente Jair Bolsonaro fez um novo aceno ao grupo e prometeu nessa segunda-feira aumentar o número de convocados em concursos da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

Os policiais pressionavam o governo por um plano de reestruturação que resultaria em aumento salarial entre 16% e 20%, além de critérios para progressão na carreira e reajustes periódicos, mas a equipe econômica do governo é contrária ao projeto, por seu impacto orçamentário. O anúncio de que todo o funcionalismo público federal terá reajuste linear de 5% frustrou a categoria e gerou diversos protestos nas últimas semanas.

Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada nessa segunda, ao ser questionado sobre o assunto, o presidente acenou aumentar de 500 para 1.000 o número de candidatos a serem convocados na PF e na PRF, aprovados em concurso já realizado.

Diante dos apoiadores, Bolsonaro chegou a ligar para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para solicitar um aditivo para dobrar o número de vagas. O presidente pediu que o ministro conversasse com o Ministério da Economia sobre as novas vagas.

— Anderson (Torres), você pediu quanto pra PF e pra PRF? Quantas vagas a mais para cada força você pediu? Se passar mil pra cada um, acha que dá pra resolver? Mil pra cada lado? Então faz um aditivo, pede mil vagas, já que você tá no limite teu, pede mil vagas para cada lado, tá ok? Pode ser? — disse Bolsonaro ao telefone com o ministro.

Luciano Leiro, presidente da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) afirmou que houve uma “frustração” quando Bolsonaro havia dito que seriam apenas 500 novas vagas. O edital do concurso já previa 1500 vagas.

—  É uma questão política, a academia tem condição de fazer o curso e incorporar essas pessoas. A grande questão é que as palavras do presidente são uma incógnita, é difícil saber se ele cumpre ou não. Estamos nessa questão da reestruturação que ele não cumpriu o que foi prometido por ele, publicamente inclusive, então a gente não sabe. Nunca sabemos se a fala do presidente vai ser cumprida ou não — afirmou.

Fonte: O Globo