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Ciro critica Lula por aceno ao mercado em 2002: ‘Olha no que deu. Cadê o Lula e onde estou eu’

O presidenciável Ciro Gomes (PDT), que tenta viabilizar uma série de alianças, tanto à esquerda como junto aos partidos de centro-direita, tentou amenizar o mal-estar criado por declarações recentes entre os possíveis aliados e condenou duramente a política macroeconômica atual. Ele também disse que “em hipótese nenhuma” fará um termo de compromisso como o firmado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chamada Carta aos Brasileiros, em 2002, onde o petista assegurou a manutenção dos contratos e o pagamento da dívida. “Olha no que deu. Cadê o Lula e onde estou eu”, disparou em entrevista à BBC Brasil.

Para Ciro, a formação de alianças políticas passa por “uma brutal onda de especulação, muita intriga, o que também não me assusta, que é muito própria dos tempos. O que eu tenho buscado fazer é buscar alianças com partidos que não têm candidato a presidente da República. Nesse momento, o único partido desse campo que não tem candidato é o PSB. Isso dito, o jornalismo me pergunta às vezes, instrumentalizado por fofoca – e o jornalista não é culpado disso: ‘E o PP, você aceita?’ Claro que aceito. ‘E o Democratas, você aceita?’ Claro que aceito. E começam as especulações”, avaliou.

Na entrevista, Ciro também descartou a possibilidade de uma aliança com o MDB de Michel Temer. “Sou um homem muito vivido e sempre disse que o problema não são as contradições da aliança, porque a aliança é por definição contraditória. Se não fosse contraditória, não era aliança.(…) E, de outra forma, aquilo que eu chamo de hegemonia moral e intelectual, ou seja, o que importa aqui é a qualidade, o cimento da aliança e o propósito com o qual ele é firmado. Nesse sentido, eu excluo o MDB apenas por isso: porque ele escapuliria claramente de qualquer possibilidade de hegemonia moral e intelectual. O que eles têm feito hoje – o MDB está comandando o poder a partir de um golpe; o que ele fez ontem – traiu e desmontou o projeto de aliança com o PT; o que ele fez anteontem – destruiu o governo Fernando Henrique Cardoso. Sempre com a mesma característica: fisiologia, clientelismo e roubalheira”, disparou.

Fonte: Brasil 247