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China se afirma como timoneiro do livre-comércio

A China exibiu neste sábado em Lima a sua ambição de assumir a liderança das negociações de livre-comércio na região Ásia-Pacífico, frente ao projeto protecionista do presidente americano eleito Donald Trump.

Após a eleição do bilionário à Casa Branca, a relação entre a China e os Estados Unidos estão “numa encruzilhada”, advertiu o presidente chinês, Xi Jinping, à margem da cúpula anual da Organização de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec).

“Eu espero que as duas partes trabalhem juntas para se concentrar na cooperação, gerir as nossas diferenças e assegurar que a transição ocorra sem problemas e que o relacionamento continue a crescer”, acrescentou o líder chinês no início de sua última reunião bilateral com Barack Obama, que realiza na capital peruana sua última viagem oficial ao exterior.

Bom jogador, Barack Obama havia lançado um apelo ao mundo um pouco mais cedo, pedindo “uma chance” para seu sucessor, dando-lhe tempo.

“Nós nem sempre governamos como fazemos campanha”, observou o atual ocupante da Casa Branca durante um encontro com a juventude, onde fez um apelo vibrante a favor da democracia, mesmo se, “por vezes, pareça frustrante”.

Na reunião anual das 21 economias da Ásia-Pacífico, o presidente chinês Xi Jinping pediu aos líderes regionais para apoiar as iniciativas chinesas para o livre-comércio na região, para preencher o vazio deixado pelo provável abandono do acordo de livre-comércio TPP pelos Estados Unidos.

“Nós não vamos fechar a porta para o mundo exterior, mas abri-la ainda mais”, garantiu. “A construção de uma Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP) é uma iniciativa estratégica vital para a prosperidade a longo prazo da região. Devemos nos ater a este projeto com firmeza”.

Xi Jinping respondeu assim indiretamente a Donald Trump, que prometeu uma virada protecionista para, supostamente, proteger os empregos nos Estados Unidos contra a concorrência de baixo custo chinesa ou mexicana.

Também presente em Lima, o presidente mexicano Enrique Peña Nieto reagiu com cautela aos anúncios do futuro líder americano, dizendo “que privilegiará o diálogo”.

Ele afirmou que estava aberto para discutir melhorias no acordo de livre-comércio Nafta (EUA, Canadá, México), concluído em 1994 nas áreas do emprego e meio ambiente.

Fonte: AFP