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Buenos Aires decreta estado de ‘emergência em segurança pública’

Após uma série de linchamentos a supostos ladrões em várias regiões da Argentina, o governo da província de Buenos Aires decretou, neste sábado (5), o estado de “emergência em segurança pública” por 12 meses. O objetivo da medida é frear a onda de crimes.

Em entrevista coletiva, o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, explicou que a declaração do estado de exceção significa “destinar mais policiais para atividades de prevenção”, aumentar o investimento em equipamentos e criar procuradorias especializadas em narcotráfico.

“A declaração de emergência servirá para aplicar todo o peso de um Estado presente aos assassinos e aos delinquentes. Temos de ser dinâmicos para perseguir, apanhar e prender os criminosos”, disse Scioli.

O governador detalhou que cerca de 5 mil policiais aposentados serão convocados e que 40 mil agentes de segurança privada farão parte do reforço. Eles se incorporarão à “rede de prevenção com a obrigação de avisar à polícia sobre situações de risco”.

Scioli acrescentou que o governo investirá 600 milhões de pesos (R$ 168 milhões) em equipamentos para intensificar o patrulhamento pelas ruas.

“Ontem foi possível perceber a ferocidade desses criminosos”, disse o político, em referência a um roubo a banco na cidade de Bernal, cerca de 20 quilômetros ao sul de Buenos Aires, no qual um dos ladrões morreu durante tiroteio com a polícia.

O governador chamou todas as forças políticas e sociais a se unir à luta contra a insegurança e pediu apoio ao projeto de lei que enviarão à Legislatura para criar dez procuradorias especializadas em narcotráfico.

As medidas excepcionais foram completadas com a construção de novas cadeias para alojar outros mil detidos à espera do processo.

O secretário de segurança argentino, Sergio Berni, pediu neste sábado para haver uma revisão do funcionamento do Poder Judiciário, com o objetivo de que ele responda às necessidades da população.

“Os juízes têm mais preocupação em defender os direitos dos criminosos do que os do resto da sociedade”, criticou Berni em diálogo com a “Radio Mitre” e admitiu que os argentinos estão cansados de assaltantes e ladrões que “não vão sequer para a prisão” quando são pegos.

Mesmo assim, Berni concordou com o governo em condenar os casos de justiça pelas próprias mãos e pediu à população que, diante da existência de um crime, recorra às instituições estatais.

Fonte: G1