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Brasileiros que pretendiam entrar nos EUA ilegalmente estão desaparecidos

Os governos do Brasil, dos Estados Unidos e das Bahamas ainda não têm informações sobre o paradeiro de 19 brasileiros que pretendiam entrar clandestinamente em território americano.

O plano era entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Os brasileiros teriam viajado para as Bahamas. De lá, da capital Nassau, teriam embarcado rumo à Miami. A professora Elineia de Carvalho conta que o ex-marido estava no grupo. Saiu de Araguaína, no Tocantins. Pretendia ir para os Estados Unidos no início de novembro. “No dia 5, que ele ligou para a mãe dele falando que estava muito preocupado, estava acontecendo alguma coisa estranha que ele não sabia o que era. Ele estava angustiado. Não falou mais com ela como ela falava, era como se ele estivesse… Tinha alguma coisa agoniando ele. Ele tinha que falar rápido, é como se ele tivesse falando escondido”, diz.

Em mensagem de áudio a um amigo de Araguaína, o ex-marido de Elineia fala do esquema para entrar nos Estados Unidos: “Nós vamos tentar passar lá ilegal, sabe?  Entrar lá por Miami, lá tem um esquema lá que a gente entra lá. O restante do dinheiro e tal, a parte maior, que é mais significativa, eu só pago quando eu tiver lá, seguro, lá no lugar, prontinho, beleza, no jeito de ir pra casa, entendeu?”

Outras famílias também relatam preocupação com a falta de notícias de parentes. Um deles, do Pará, vinha trocando mensagens todos os dias. A última foi no dia 6 de novembro. Outro rapaz é de Minas. Fez o último contato com a tia que já mora nos Estados Unidos. A prima de outro brasileiro, que saiu de Rondônia, confirma que o último contato dele foi das Bahamas. Uma foto foi tirada lá.

Segundo os relatos dos parentes, o grupo sumiu no dia 6 de novembro, mas o consulado brasileiro em Miami só foi acionado no dia 15 de novembro e a embaixada do Brasil nas Bahamas, no dia seguinte. As famílias acreditam em naufrágio, mas as autoridades brasileiras, das Bahamas e dos Estados Unidos tratam o caso como desaparecidos. Isso porque não surgiu, até agora, nenhum sinal de saída ou de sumiço de embarcações na região.

A diretora do departamento consular e de brasileiros no exterior do Itamaraty diz que a guarda costeira americana, informada desde o primeiro momento, não encontrou vestígios de naufrágio. As autoridades trabalham com duas hipóteses

“A hipótese que nos foi aventada pelas autoridades norte-americanas foi de que possivelmente os brasileiros estejam sendo mantidos num lugar seguro, incomunicáveis, aguardando-se o momento propicio para a travessia. Essa é a hipótese com a qual se trabalha, a primeira hipótese. E a segunda é que eles tenham zarpado num barco, no Caribe, mas que o barco esteja à deriva. Não naufragado, mas à deriva. E a primeira hipótese, ela ganha mais força”, diz Luiza Lopes da Silva.

Fonte: Jornal Nacional