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Brasileiros ficaram, em média, 17 horas sem luz no ano passado

O brasileiro ficou em média 17 horas sem luz no ano passado. Foram mais de 28 milhões de reclamações contra as distribuidoras. A Agência Nacional de Energia Elétrica cobrou explicação das empresas. O consumidor paga caro por um serviço de péssima qualidade, com outras consequências, como aparelhos queimados, por causa dos constantes apaguinhos. Veja a lista completa no site da Aneel

Por enquanto, as empresas ofereceram um plano de melhorias e daqui a três meses, serão fiscalizadas. Se tudo continuar como está, podem receber multas e até perder a concessão.

No lugar na TV ficou só o suporte, e o computador está em um canto da loja. Outros aparelhos eletrônicos também queimaram por causa das quedas constantes no fornecimento de energia em Sobradinho, no Distrito Federal. O prejuízo: “Em torno de R$ 1,2 mil o que eu mandei arrumar. A gente fica nesse prejuízo, porque não adianta você reclamar, você leva a nota fiscal do serviço e não adianta”, afirma a dona da loja, Milena Hirle Vanderlei .

Apagões também provocaram perdas para pequenos produtores de leite de uma área rural, perto de Goiânia. Só no mês passado foram três. Seu Eurípedes perdeu 1,3 mil litros em um só dia. Diz que não adianta ligar para a companhia elétrica, a CELG. “Nossa senhora, liga, liga, liga e nada é resolvido”.

A reclamação se ouve por todo o comércio na cidade de Itumbiara, no interior de Goiás. O último apagão, dia 24 de abril, deixou várias lojas no escuro por horas. “Praticamente a gente não faz nada. A gente depende da iluminação. Cada vez mais caro e o serviço cada vez pior”, diz a farmacêutica Norma Dias de Oliveira.

Ficar sem energia é difícil para qualquer um, ainda mais quando a companhia elétrica demora para resolver o problema. E passar por isso numa época em que a conta de luz está tão cara parece um desaforo. A Agência Nacional de Energia Elétrica decidiu fazer um levantamento das empresas recordistas de reclamações. Foram mais de 28 milhões só no ano passado, e a mais comum é a falta de luz.

O brasileiro ficou, em média, 17 horas sem energia no ano passado. O limite considerado aceitável pela Aneel é de pouco mais de 13 horas, em média. A CELG, de Goiás, foi a pior nesse item: deixou os goianos no escuro por 40 horas.

Depois de analisar as reclamações, a Aneel chamou as 16 distribuidoras com pior qualidade para discutir medidas que elas serão obrigadas a adotar. O diretor da agência diz que as empresas que interrompem o fornecimento além do tempo previsto, são punidas com a obrigação de dar ao consumidor uma compensação, um desconto na conta de luz. Mas não é só isso.

“A Aneel também fiscaliza e multa a distribuidora que não atende o padrão adequado. E ainda assim, se não resolvido, a Aneel está exigindo um plano de providência para que ela atenda a esse padrão adequado. E se ela não atender, a punição pode deixar até a uma intervenção administrativa na distribuidora e eventualmente até a perda da concessão”, afirma o diretor, Romeu Rufino.

A Companhia Energética de Brasília, CEB, prometeu investir R$ 100 milhões por ano e deve atingir a meta estabelecida pela agência reguladora em dezembro do ano que vem. Já a CELG, de Goiás, prometeu investir R$ 1,5 bilhão até 2019.

Fonte: Bom Dia Brasil