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Bolsonaro afronta democracia com ataques a Maia e Davi, dizem governadores em carta

Em carta assinada por 20 dos 27 governadores (veja a íntegra mais abaixo), os chefes dos Executivos estaduais saíram em defesa dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), diante das declarações do presidente Jair Bolsonaro que incitaram manifestações contra o Congresso e os dois parlamentares neste domingo (19). Na avaliação deles, as críticas feitas pelo presidente da República aos chefes do Legislativo afrontam os princípios democráticos.

Os governadores voltaram a defender o isolamento social como prevenção à covid-19, postura criticada por Bolsonaro e que resultou no afastamento deles em relação ao presidente. “Não julgamos haver conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos.”

Sete governadores não assinaram o documento: Ibaneis Rocha (MDB-DF), Ratinho Junior (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG), Antonio Denarium (PSL-RR), Wilson Lima (PSC-AM), Marcos Rocha (PSL-RO) e Gladson Cameli (PP-AC).

“CARTA ABERTA À SOCIEDADE BRASILEIRA EM DEFESA DA DEMOCRACIA

 O Fórum Nacional de Governadores manifesta apoio ao Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e ao Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, diante das declarações do Presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a postura dos dois líderes do parlamento brasileiro, afrontando princípios democráticos que fundamentam nossa nação.

Nesse momento em que o mundo vive uma das suas maiores crises, temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm se conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros. Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo.

Nossa ação nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios tem sido pautada pelos indicativos da ciência, por orientações de profissionais da saúde e pela experiência de países que já enfrentaram etapas mais duras da pandemia, buscando, neste caso, evitar escolhas malsucedidas e seguir as exitosas.

Não julgamos haver conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos.

Consideramos fundamental superar nossas eventuais diferenças através do esforço do diálogo democrático e desprovido de vaidades.

A saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise.

Fonte: Congresso em Foco