Os blocos de rua de São Paulo divulgaram um manifesto, nesta quarta-feira (5), desistindo do Carnaval deste ano. As entidades afirmam que não foram incluídas pelo poder público nas discussões para organização da festa.
“Lamentamos muito não termos tido a oportunidade de contribuir em ações públicas com nosso ‘expertise difuso’, que sabe quantos carnavais de rua existem dentro do Carnaval de São Paulo, e como fazer cada nicho ser atendido”, diz o texto assinado pelo Fórum de Blocos de SP, União dos Blocos de Carnaval de Rua do Estado de São Paulo (UBCRESP) e a Comissão Feminina de Carnaval de São Paulo.
As mais de 600 organizações citadas no comunicado culpam as incertezas criadas pelas organizações municipal, estadual e federal para a “pouca condição sanitária” que não possibilita a ida dos foliões às ruas.
“Isso é notório há mais de ano, e ainda hoje, São Paulo não tem um ‘plano B” para o nosso Carnaval de rua. Mas deveria, pois, há diversas maneiras de se colocar o carnaval para ‘andar’, economicamente falando, e suprir as necessidades que milhares de paulistanos tem de gerarem emprego e renda, nessa retomada ao ‘normal possível’, explicam.
Ainda não é admitida pelos blocos a hipótese da realização de eventos em locais fechados, como o Autódromo de Interlagos, Memorial da América Latina, Jockey Club, Sambódromo do Anhembi, entre outros. Eles justificam que essa é uma alternativa proposta pelo setor privado.
O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou, na terça-feira (4), em entrevista à CNN, que a discussão sobre a realização do Carnaval deve comportar apenas a realização de eventos que possam ter o controle de pessoas, descartando os blocos de rua.
Fonte: CNN