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Após ‘guerra’ entre ministros, situação de Moro no STF se complica

Em meio a uma batalha de decisões entre os ministros Gilmar Mendes e Edson Fachin, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta terça-feira (9/3) o julgamento que discute se o ex-juiz Sergio Moro atuou com parcialidade em investigações e processos da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No entanto, após dois votos duros de Mendes e Ricardo Lewandowski pela suspeição de Moro, o julgamento foi novamente interrompido por pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques.

Se a conduta de Moro nos processos de Lula for considerada parcial pela maioria da Segunda Turma, isso reforçará a anulação das condenações do petista determinada na segunda-feira (8/3) individualmente pelo ministro Edson Fachin. Com a decisão, o petista retomou seus direitos políticos e poderá disputar a eleição de outubro de 2022, a não ser que seja novamente condenado em segunda instância até lá.

No momento, o julgamento sobre a suspeição de Moro está empatado em 2 a 2, pois Edson Fachin e Cármen Lúcia votaram a favor da imparcialidade de Moro no final de 2018, quando o julgamento foi interrompido por pedido de vista de Mendes.

No entanto, há expectativa de que Cármen Lúcia possa mudar seu voto, já que as acusações contra Moro ganharam peso após o portal de notícias The Intercept Brasil revelar, em julho de 2019, diálogos privados entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato, em que o juiz adotava supostas condutas ilegais em parceria com o Ministério Público Federal (MPF).

Quando Gilmar Mendes atacou, em seu voto, a decisão de Moro de autorizar a interceptação de telefones do escritório de advogados de Lula, a ministra comentou: “Gravíssimo”.

Os diálogos obtidos pelo The Intercept Brasil e destrinchados na série de reportagens “Vaza Jato” mostraram, por exemplo, que Moro teria sugerido testemunha a ser ouvida no processo pela acusação.

Em seu voto, Mendes disse que Moro agiu em parceria com a Operação Lava Jato contra Lula “em razão de interesses políticos próprios”. Ele classificou o episódio como “o maior escândalo judicial da nossa história”.

Fonte: BBC Brasil