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Alvo de mais uma tragédia, Malaysia Airlines pode falir, diz analista

O inferno astral que atinge a companhia aérea Malaysia Airlines pode não ter um bom fim, na opinião do analista financeiro Mohshin Aziz, especialista em setor aéreo, em entrevista à rede alemã Deutsche Welle. Ele lembra que nunca, em 100 anos de história da aviação, uma companhia aérea precisou lidar, em apenas cinco meses, com dois desastres da magnitude que a Malaysia enfrentou. O fato será decisivo para seu futuro e pode até levar ao fim de seus negócios. “O futuro da companhia parece desastroso, e o recente incidente na Ucrânia vai tornar as coisas ainda piores. Eu não sei como a Malaysia Airlines poderá sobreviver no curto prazo”, afirmou o analista.

A falta de confiança de passageiros gerada após a queda dos dois Boeings 777  – voos MH370 e MH17 – “já é uma realidade”, na opinião de Aziz. Ele comenta que em alguns lugares, como Austrália e China, o preço de passagens da Malaysia já está caindo e isso pode demorar para ser revertido. “Se a percepção de segurança não estiver presente, você pode reduzir o preço o quanto quiser que a demanda continuará fraca.”

A queda do Boeing 777 no leste da Ucrânia na quinta-feira foi mais do que um susto à Malaysia, que menos de cinco meses antes teve problemas com desaparecimento, até hoje não esclarecido, do voo MH370, em março. Ela põe em cheque a capacidade de caixa da empresa em lidar com esses dois eventos simultaneamente, já que ela ainda enfrenta prejuízos financeiros pelo MH370. O mercado já está precificando as dificuldades da empresa. Prova disso é que as ações da companhia aérea caíram 11,11% nesta sexta-feira na Bolsa da Malásia. “Provavelmente estará falida até o fim do primeiro semestre do ano que vem”, alerta Aziz.

Se a situação não levar a uma falência, a empresa pode ser obrigada a restringir suas operações. A falta de confiança, aliada aos problemas financeiros, pode tornar impossível a sobrevivência da empresa em seu formato atual e, se não falir, a companhia pode ser obrigada a limitar sua atuação para apenas voos domésticos, abrindo mão do mercado internacional. “Os malaios ainda são apegados à companhia, independentemente do que aconteça. É provável que a empresa passe apenas a operar voos na Malásia. Ela pode sobreviver, mas, internacionalmente, não vejo solução”, comentou.

Fonte: VEJA