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Alguns anti-hipertensivos elevam risco de câncer de mama, diz estudo

Mulheres depois da menopausa que ingeriram alguns medicamentos contra a hipertensão durante dez anos ou mais tiveram um risco mais de duas vezes maior de desenvolver câncer de mama, afirmaram cientistas americanos.

As mulheres que tomavam remédios bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) para combater a pressão alta apresentaram de 2,4 a 2,6 vezes mais riscos de desenvolver câncer de mama do que as mulheres que não tomavam este tipo de medicação, destacou o estudo publicado na revista Journal of the American Medical Association (Jama).

Segundo os especialistas, as descobertas podem ter implicações importantes para a saúde pública. “Embora alguns estudos tenham sugerido uma relação positiva entre a ingestão de BCC e o risco de câncer de mama, este é o primeiro estudo a observar que o consumo a longo prazo destes bloqueadores em particular está associado ao risco de câncer de mama”, destacou o estudo.

Os BBC, também conhecidos como antagonistas do cálcio, foram o nono tipo de medicamento mais receitado nos Estados Unidos em 2009, com mais de 90 milhões de receitas, segundo a Jama.

Os exemplos incluem amlodipina, diltiazem, felodipina, isradipina, nicardipina, nifedipina, nisoldipina e verapamilo. Esses medicamentos evitam que o cálcio se acumule nos músculos do coração e das artérias, e podem dilatar os vasos sanguíneos e reduzir a frequência cardíaca.

“Outros medicamentos anti-hipertensivos – diuréticos, betabloqueadores e antagonistas dos receptores de angiotensina II (ARA-II) – não se associaram a um risco maior de câncer de mama”, destacou o estudo do Jama.

Os cientistas examinaram o risco de câncer de mama em uma população de mulheres de 55 a 74 anos no Estado de Washington (EUA). No total, 880 desenvolveram câncer de mama ductal invasivo, 1.027 câncer de mama lobular invasivo e 856 não tiveram câncer e participaram do grupo de controle.

Os estudiosos descobriram que a ingestão de BCC durante 10 anos ou mais se associava com probabilidades 2,4 vezes maiores de se desenvolver câncer de mama ductal e 2,6 vezes maiores de desenvolver câncer de mama lobular.

“Se o aumento de duas a três vezes maior do risco encontrado neste estudo se confirma, a ingestão de BCC a longo prazo seria um dos principais fatores de risco modificáveis para o câncer de mama”, escreveu em um editorial na Jama a epidemiologista chefe do Centro de Epidemiologia Slone da Universidade de Boston Patricia Coogan.

O câncer de mama é o tipo mais comum entre mulheres em todo o mundo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, uma em cada oito mulheres nascidas hoje terá câncer de mama durante a vida.

Fonte: JC Online

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