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Advogado afirma que Sakineh foi torturada para confessar crime na TV

rrrCom o rosto coberto por um xador, uma mulher que foi identificada como Sakineh Mohamadi Ashtiani, a iraniana condenada à morte por apedrejamento por adultério e participação no assassinato do marido, declarou-se culpada em um vídeo exibido pela televisão estatal na noite de quarta-feira. O atual advogado de Sakineh afirmou a um jornal britânico que sua cliente foi torturada para que aceitasse confessar seu envolvimento no homicídio. Acredita-se que a exibição da entrevista seja sinal de que o regime iraniano esteja próximo de levar adiante a execução.

“Ela foi agredida violentamente e torturada até aceitar aparecer diante das câmeras”, afirmou Hutan Kian, em uma entrevista publicada pelo diário The Guardian. Kian assumiu a defesa de Sakineh depois que o primeiro advogado dela fugiu do país. Informado das circunstâncias que cercaram a entrevista ao tentar obter notícias sobre como estava sua cliente, ele disse ainda temer que o governo iraniano execute Sakineh, que já teve a pena transformada em morte por enforcamento no mês passado. Na semana passada, um alto funcionário judicial iraniano, Mossadegh Kahnemui, afirmou que Sakineh “além de duplo adultério, também foi considerada culpada de complô para matar o marido”.

A exibição das cenas da mulher falando sobre o crime – com um papel na mão, como se precisasse consultar as anotações para ser capaz de apresentar um relato do caso – é mais um desdobramento alarmante do caso. Depois de decidir por uma pena bárbara – a morte a pedradas -, o regime iraniano expõe covardemente na TV a mulher acusada de cometer um crime, como se a confissão pública de sua culpa fosse capaz de apagar as suspeitas em torno do caso – e de justificar uma forma de punição tão brutal.

Fonte: Veja