Investigados na Operação Voucher por desvios de verbas do Ministério do Turismo tinham a cumplicidade de funcionários da Caixa Econômica Federal para movimentar recursos e obter dados protegidos por sigilo, apontam conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal sob autorização da Justiça. A Caixa informou, em nota, que abriu sindicância para apurar a denúncia de envolvimento de dois servidores no esquema. A Operação Voucher prendeu, na última terça-feira, 36 suspeitos de desvios. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Em diálogo do dia 2 de maio, Katiana Necchi, da ONG Ibrasi, pede documentos a um bancário identificado como Edmilson para forjar uma prestação de contas. Ele atende ao pedido, mas faz um apelo: “É o seguinte: vou te mandar um documento que você tem a obrigação de me tirar aquela parte confidencial, tá?”, diz Edmilson. E emenda: “Isso é extremamente confidencial.” Katiana é filha de Maria Helena Necchi, sócia de Luiz Gustavo Machado, o diretor executivo do Ibrasi, preso como chefe do esquema. Ela e a mãe teriam atuado juntas na tarefa de forjar documentos, quando descobriram que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigava a fraude. Segundo a PF, esse diálogo também indica saques altos na boca do caixa pouco depois de repasses feitos pelo Ministério do Turismo. Em ligação no dia seguinte, dessa vez com o bancário Rodolfo, Katiana tenta efetuar pagamentos às pressas, os quais não havia feito no tempo certo, sem a assinatura de Machado. Rodolfo concorda que a assinatura seja falsificada por outra pessoa, desde que o falsário capriche na escrita.
Fonte: Terra