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É “impossível” isolar líder do PMDB, diz presidente da Câmara

Não há como isolar as ações do líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), que comanda não só a bancada peemedebista, mas uma ala de insatisfeitos com o governo, afirmou nesta terça-feira o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

O Planalto movimentou-se para tentar isolar Cunha, que tem capitaneado discurso pela revisão da aliança nacional entre PT e PMDB e, nesta terça, recebeu uma moção de solidariedade de sua bancada.

“É impossível se isolar o líder de uma bancada de 76 deputados federais. Pode haver dificuldades, muitas vezes estremecimentos, mas faz parte do jogo político”, disse Henrique Alves a jornalistas. “Agora, isolar o líder do PMDB, isso não passa pela cabeça do PMDB”, acrescentou.

A cúpula do partido não se sente segura para trabalhar pelo isolamento do líder rebelde e teme que o movimento do Planalto para isolá-lo possa unir ainda mais os descontentes do partido, segundo uma fonte do PMDB.

A relação entre PMDB e PT atravessa momentos de turbulência, motivada principalmente pela insatisfação da bancada peemedebista com o encaminhamento da reforma ministerial promovida pela presidente Dilma Rousseff.

O partido já vinha dando sinais de descontentamento com a presidente desde o início do seu mandato, por entender que a interlocução com o Palácio do Planalto e o espaço do partido no governo são insuficientes. O ritmo de liberação de emendas parlamentares também tem sido ponto de atrito.

Mas a tensão escalou para um ponto crítico, na última semana, ao ponto de haver trocas de acusações entre lideranças das duas siglas, envolvendo, inclusive, o presidente do PT, Rui Falcão, e o líder da bancada peemedebista na Câmara.

Em reunião na tarde desta terça, a bancada de deputados do PMDB aprovou por aclamação uma moção de solidariedade a Cunha.

“Os ataques ao nosso líder são ataques ao PMDB. A bancada manifesta sua solidariedade ao deputado Eduardo Cunha e reafirma a confiança nele depositada”, diz a nota de apoio.

Cunha também lidera informalmente o chamado “blocão”, grupo de deputados insatisfeitos, na maioria de partidos da base do governo, que pede mais articulação política com o Planalto, liberação de emendas parlamentares e maior participação nas mudanças ministeriais promovidas por Dilma.

Fonte: Reuters

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