Na véspera da 86ª edição do Oscar, tudo parece indicar que “Gravidade” e “12 Anos de Escravidão” terão uma queda de braço até o fim pelo grande prêmio da noite, a estatueta de melhor filme, apesar das estatísticas darem certa vantagem à produção de Steve McQueen.
O filme “12 Anos de Escravidão”, história real de um afro-americano livre que é sequestrado para servir como escravo, chega para o Oscar com nove indicações e após ter brilhado na temporada de prêmios. A produção brilhou no Globo de Ouro, no Critics’ Choice Awards e nos prêmios do sindicato de produtores PGA, assim como no britânico Bafta.
O filme também é favorito para a estatueta de melhor roteiro adaptado e melhor atriz coadjuvante, a queniana nascida no México Lupita Nyong’o.
“Gravidade”, a odisseia de dois astronautas dirigida, produzida e editada pelo mexicano Alfonso Cuarón, se apresenta como o único adversário capaz de surpreender, mas os acadêmicos costumam optar pelos dramas mundanos frente aos efeitos especiais e à ficção científica.
Servem como exemplos recentes a vitória como melhor longa-metragem do ano de “Argo” frente “As Aventuras de Pi”, em 2013, e “Guerra ao Terror” frente a “Avatar”, em 2010. Algo parecido ocorreu com “Guerra nas Estrelas”, que em 1978 perdeu para “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” a estatueta de melhor filme, embora tenha levado seis prêmios frente a quatro do filme de Woody Allen.
Neste ano, “Gravidade” está bem cotado em sete das dez categorias a que foi indicado graças a seu presumível domínio nas categorias técnicas.
Espera-se que o filme some os prêmios de melhor edição, trilha sonora, mixagem de som, edição de som e efeitos especiais, assim como melhor edição e direção, ambos para Alfonso Cuarón (que, além disso, concorre como produtor) e melhor fotografia para o também mexicano Emmanuel Lubezki.
Tanto “12 Anos de Escravidão” quanto “Gravidade” têm poucas chances de conseguir uma estatueta nas categorias de interpretação, onde a maior surpresa seria se Sandra Bullock (“Gravidade”) superasse Cate Blanchett (“Blue Jasmine”).
Entre os atores, as chances de Chiwetel Ejiofor (“12 Anos de Escravidão”) são quase nulas perante as candidaturas de Matthew McConaughey (“Clube de Compras Dallas”) e Leonardo DiCaprio (“O Lobo de Wall Street”).
A disputa do Oscar de melhor ator será uma das mais interessantes da noite já que, embora Mcconaughey seja favorito, DiCaprio realizou uma extensa campanha e é um veterano da indústria que demonstrou ser merecedor de um prêmio que escapou em várias ocasiões.
Asseguradas parecem as estatuetas para Cuarón como melhor diretor e Jared Leto como melhor ator coadjuvante (“Clube de Compras Dallas”). O mesmo acontece com “Frozen: Uma Aventura Congelante” como melhor filme de animação e melhor canção (“Let It Go”).
Mais incerto é o premiado da categoria de melhor roteiro original, que deve ficar entre “Ela” e “Trapaça”, duas produções com múltiplas indicações (incluído melhor filme), mas que podem terminar a noite sem prêmios.
Ao lado de “Gravidade”, “Trapaça” é o filme com mais candidaturas (10), e o único com indicados em todas as categorias interpretativas.
O filme também concorre pela melhor direção (David O. Russell) e melhor figurino, mas Cuarón leva vantagem como diretor e “O Grande Gatsby” é o favorito para o figurino, além do prêmio de melhor desenho de produção.
O Oscar de melhor filme estrangeiro deve ir para a Itália com “A Grande Beleza” e o de melhor curta de animação para a Disney por “Hora de Viajar”, enquanto o prêmio de curta de ação real se encaminha para o Reino Unido com “The Voorman Problem”.
Entre os documentários, o melhor longa-metragem parece estar entre “A Um Passo do Estrelato” e “O Ato de Matar”, enquanto “The Lady In Number 6” desponta entre os curtas.
A cerimônia da 86ª edição do Oscar começará às 22h30 (horário de Brasília) e será comandada pela apresentadora e comediante Ellen Degeneres.
Entre os apresentadores estão Penélope Cruz, Robert De Niro, Harrison Ford, Anne Hathaway, Angelina Jolie, Jennifer Lawrence, Brad Pitt, Will Smith e John Travolta.
Fonte: Terra
