Cidadão honorário de Paris, Lula diz que nunca esteve mais motivado a brigar pela democracia

O ex-presidente Lula acaba de receber o título de cidadão hononário de Paris pela prefeita da cidade, Anne Hidalgo, e disse estar muito contente com a homenagem. Ele lembrou da Vigília Lula Livre, que o fez companhia durante o período que esteve preso e também falou dos ataques à democracia no Brasil.

Lula reafirmou seu compromisso de lutar pela democracia no país. “Estou muito emocionado de estar aqui em Paris recebendo essa homenagem. Quando digo pra vocês que tenho energia de 30, digo porque nunca estive mais motivado do que estou agora a brigar pela democracia no nosso país. Agradeço muito a vocês”.

“A triste situação em que se encontra meu país e o sofrimento do nosso povo são consequência de repetidos ataques, maiores e menores, ao estado de direito, à Constituição e à democracia”, declarou Lula. “Se hoje estou num estado provisório de liberdade e ainda sem direitos políticos, é porque em novembro o STF reconheceu, para todos os cidadãos, o direito constitucional à presunção de inocência que havia sido negado ao cidadão Lula, às vésperas de minha prisão”, completou.

Ele também tratou da pobreza e desigualdade em seu discurso. “É meu dever falar aqui em nome dos que sofrem, em meu país, com o desemprego e a pobreza, com a revogação de direitos históricos dos trabalhadores e a destruição das bases de um projeto de desenvolvimento sustentável, capaz de oferecer inclusão e oportunidades para todos!”.

Lula relembrou os 13 anos de governo do PT no Brasil e da luta contra a pobreza durante este período. “Bastaram 13 anos de governos que olharam o povo em primeiro lugar, para começarmos a reverter a doença secular da desigualdade em nosso país. Foram passos ainda pequenos para a dimensão do desafio, mas estávamos no caminho certo, porque 36 milhões saíram da pobreza extrema”.

“O que está ocorrendo no Brasil é o resultado de um processo de enfraquecimento do processo democrático, estimulado pela ganância de uns poucos e por um desprezo mesquinho pelos direitos do povo; desprezo que tem raízes profundas, fincadas em 350 anos de escravagismo”, disse também.

O ex-presidente citou a Vigília Lula Livre, que esteve dando apoio a ele durante os 580 dias de sua prisão política em Curitiba. Ele também disse que contou à prefeita Anne Hidalgo que soube que iria receber o título de cidadão honorário de Paris quando ainda estava preso, e que até seus carcereiros ficaram felizes. “Eu estava contando a prefeita Anne Hidalgo que quando fui informado desse prêmio eu ainda estava preso e fiquei muito feliz. O que me deixou mais impressionado é que os carcereiros que cuidavam de mim também ficaram. Eu ainda me emociono quando lembro das pessoas que ficaram gritando bom dia e boa noite durante aqueles 580 dias em Curitiba, debaixo de chuva, debaixo de sol”.

Fonte: Brasil 247

Após mudança no método, Brasil registra 433 casos suspeitos de coronavírus

Após mudança no método de contabilização, subiu para 433 o número de casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus no Brasil, informou hoje o Ministério da Saúde. Domingo, a pasta confirmou o segundo caso de covid-19 no Brasil — os dois pacientes foram diagnosticados em São Paulo após viagens à Itália.

Nos últimos dias, o número de casos suspeitos, que era de 207 no sábado (29) e de 255 no domingo (1º), disparou. Ao mesmo tempo, foram descartados 162 casos..

São Paulo lidera o número de casos suspeitos, com 163 pacientes, seguido pelo Rio Grande do Sul com 73. Os dois casos confirmados no país foram em São Paulo; o primeiro de um homem de 61 anos, morador da capital e que viajou à Itália a trabalho.

O segundo caso foi confirmado no último sábado, após atendimento no Hospital Albert Einstein, também em São Paulo. Ele tem 32 anos, é funcionário da XP Investimentos e voltou de Milão um dia antes de ser diagnosticado. Ele fez a viagem junto a sua mulher, que não apresenta sintomas. Os dois estão em isolamento domiciliar.

Fonte: UOL

Alcolumbre se encontra com Bolsonaro para falar sobre acordo e cobrá-lo sobre ato contra Congresso

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se reuniu na tarde desta segunda-feira com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, para discutir o acordo do governo federal com parlamentares para votar os vetos ao Orçamento de 2020 nesta terça-feira. Outro assunto da conversa entre os dois é a participação de Bolsonaro na convocação de um ato para o próximo dia 15, que tem o Congresso como um dos alvos.

Alcolumbre, que estava no Amapá e chegou no domingo a Brasília, foi o único chefe de Poder que não se manifestou sobre o assunto em meio a reações exaltadas de parlamentares. A senadores que o cobraram pelo silêncio, o presidente do Senado e do Congresso disse que “assuntos de nação não seriam resolvidos em redes sociais”.

Segundo interlocutores do parlamentar, ele pediu a Bolsonaro que a conversa fosse só entre os dois, para que ele pudesse externar que atitudes como essa não serão mais toleradas. Bolsonaro compartilhou pelo WhatsApp um convite para a manifestação em seu apoio, mas outras convocações do ato pelas redes sociais miram Alcolumbre e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

O encontro é tido como uma conversa “definitiva”, tanto para colocar panos quentes na tensão entre o Executivo e o Legislativo quanto para tratar dos atritos com franqueza. Davi também pretendia questionar Bolsonaro se a intenção do governo é avançar com a pauta econômica ou continuar apostando em conflitos.

Em reservado, Alcolumbre argumentou que não se manifestou antes porque percebeu que havia uma ala que queria colocar “lenha na fogueira”. Mas, cobrado por colegas do Senado e por parte da opinião pública, sentiu que pagou um preço político por esse silêncio.

A reunião foi marcada com um telefonema do senador para Bolsonaro na hora do almoço, quando ele avisou que iria ao Planalto por volta das 14h. O presidente já tinha uma audiência marcada com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no mesmo horário, mas readequou sua agenda.

Fonte: O Globo