Associação de juízes sugere que Gilmar Mendes renuncie e vire comentarista

A Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul divulgou nota nesta quinta-feira (15) sugerindo que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, “renuncie à toga e vá exercer livremente sua liberdade de expressão” como comentarista.

A associação critica a postura de Gilmar Mendes em dar opiniões sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato. Segundo a nota, o ministro “vem reiteradamente violando as leis da magistratura e os deveres éticos impostos a todos os juízes do país, valendo-se da imprensa para tecer juízos depreciativos sobre decisões tomadas no âmbito da Operação Lava Jato e mesmo sobre decisões de colegas seus, também Ministros do Supremo Tribunal Federal”.

Leia a íntegra da nota

“A Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul vem a público esclarecer que o Estatuto da Magistratura (Lei Complementar 35/1979, aplicável a todos os magistrados do Brasil) proíbe aos magistrados que manifestem “por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério” (art. 36, inciso III). Além disso, a Lei Complementar 35/1979 exige que todos os magistrados mantenham “conduta irrepreensível na vida pública e particular” (art. 35, inciso VIII).

Também assim o Código de Ética da Magistratura Nacional, instituído pelo Conselho Nacional de Justiça em agosto de 2008, quando o órgão e o STF eram presididos pelo Ministro Gilmar Mendes.

Nesse contexto, causa espécie a sem-cerimônia com que o próprio Ministro Gilmar Mendes, magistrado do Supremo Tribunal Federal, vem reiteradamente violando as leis da magistratura e os deveres éticos impostos a todos os juízes do país, valendo-se da imprensa para tecer juízos depreciativos sobre decisões tomadas no âmbito da Operação Lava Jato e mesmo sobre decisões de colegas seus, também Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Nada impede que o Ministro Gilmar Mendes, preferindo a função de comentarista à de magistrado, renuncie à toga e vá exercer livremente sua liberdade de expressão, como cidadão, em qualquer dos veículos da imprensa, comentando – aí já sem as restrições que o cargo de juiz necessariamente lhe impõe – o acerto ou desacerto de toda e qualquer decisão judicial. Enquanto permanecer magistrado da mais alta Corte do país, porém, a sociedade brasileira espera que ele se comporte como tal, dando o exemplo de irrestrito cumprimento das leis do país e dos deveres ético-disciplinares impostos a todos os juízes.”

Fonte: G1

Congresso aprova Orçamento de 2017 e novo salário mínimo

Em uma votação relâmpago, o plenário do Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira o o Orçamento Geral da União para 2017, que fixa os gastos federais em R$ 3,5 trilhões e estabelece o salário mínimo de R$ 945,80 para o próximo ano. Com a aprovação, o texto segue agora para sanção presidencial.

A votação do Orçamento foi possível após um acordo entre o governo e partidos da oposição. Pelo acordo, antes de aprovar a proposta orçamentária, os congressistas analisaram e votaram nove vetos presidenciais que trancavam a pauta.

Após a análise dos vetos, o plenário do Congresso aprovou em bloco 33 projetos de lei com abertura de crédito suplementar para diversos órgãos públicos e dois projetos de resolução.

Esse é o primeiro orçamento elaborado pelo Congresso com a regra do teto de gastos públicos, prevista em Emenda Cosntitucional promulgada na manhã desta quinta-feira.

O Orçamento estima em 1,3% o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) e em 4,8% a inflação. A taxa Selic prevista é 12,11%, enquanto o câmbio médio foi projetado para R$ 3,43 por dólar.

A proposta determina ainda que as despesas com juros e amortização da dívida pública consumirão R$ 1,7 trilhão. Sgundo o texto, R$ 306,9 bilhões serão destinados ao pagamento de pessoal na esfera federal, R$ 90 bilhões vão para investimentos das estatais e R$ 58,3 bilhões para investimentos com recursos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. Essa última dotação subiu R$ 19 bilhões em relação à proposta original. O aumento decorreu de emendas de deputados e senadores às despesas de 2017.

Fonte: Terra

Maduro ordena fechamento temporário da fronteira com o Brasil

O governo da Venezuela determinou o fechamento da fronteira com o Brasil por 72 horas para combater o contrabando de notas de 100 bolívares, depois que o presidente Nicolás Maduro decidiu tirá-las de circulação, informou a chancelaria em Brasília na quarta-feira.

Segundo o Itamaraty, a embaixada brasileira em Caracas recebeu nota verbal da chancelaria venezuelana informando que a fronteira entre os dois países estaria fechada a partir da meia-noite de terça-feira por um período de 72 horas.

Em comunicado enviado à agência de notícias France-Presse, o Itamaraty afirmou que se trata de uma questão “de aspectos internos do país vizinho” que não cabe comentar o Brasil.

Também pelo contrabando de notas, a Venezuela tinha informado na noite de segunda-feira o fechamento da fronteira com a Colômbia.

Maduro determinou a retirada das cédulas de 100 bolívares – as de maior valor – para acabar com as supostas “máfias” que as apreenderiam na fronteira com a Colômbia, em um suposto complô orquestrado pelos Estados Unidos para “asfixiar” a combalida economia venezuelana.

O Brasil, através dos estados do Amazonas e de Roraima (norte), tem uma fronteira comum de 2.200 km com a Venezuela.

Fonte: VEJA

Senado e Câmara reagem à liminar de Fux que anulou votação

Os presidentes do Senado e da Câmara reagiram à decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, de anular a votação que desfigurou o pacote anticorrupção.

O senador Renan Calheiros recorreu da decisão e disse que ela interfere na independência dos poderes.

A liminar do ministro Luiz Fux, concedida a pedido do deputado Eduardo Bolsonaro, do PSC, mandou o Senado devolver para a Câmara o projeto das medidas anticorrupção discutido, votado e alterado pelos deputados.

Na decisão, ele afirma que a proposta não tramitou da forma correta na Câmara, como um projeto de iniciativa popular.

Lembrou que desde a Constituição de 1988, nenhuma proposta tramitou formalmente como de inciativa popular o que mostra o desprestigio com que esse instrumento democrático é tratado.

Segundo Fux, projetos de iniciativa popular têm que ser discutidos em uma comissão geral no plenário comandada pelo presidente da Câmara e na qual orador deve participar para defender o texto.

Ainda segundo o ministro, o projeto tem que ser discutido em sua essência, sem emendas e substitutivos que desfigurem a proposta original para simular apoio público a um texto essencialmente distinto do subscrito por milhões de eleitores.

Na decisão, o ministro Luiz Fux afirmou que, no caso, houve “evidente sobreposição do anseio popular pelos interesses parlamentares”, frustrando a intenção da sociedade de apresentar uma proposta de acordo com seus anseios.

Fux afirma ainda que o projeto de iniciativa popular tem regras próprias e, portanto, não pode ser analisado como uma proposta apresentada por parlamentares.

Há apenas simulacro de participação popular quando as assinaturas de parcela significativa do eleitorado nacional são substituídas pela de alguns parlamentares.

Fonte: Jornal Nacional