A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira que o dinheiro destinado à construção do trem-bala “daria para dobrar os recursos do Ministério da Educação”.
Durante sabatina realizada na sede do jornal “O Estado de S. Paulo”, a senadora disse que o destino dos investimentos deve seguir “uma questão de prioridade”. “Entre o trem-bala e a educação de qualidade, vou ficar com a educação de qualidade”, declarou.
Ao comentar sua saída da administração Lula, Marina falou que deixou o Ministério do Meio Ambiente por acreditar que o governo proporcionava “pouca flexibilidade” para trabalhar questões de sustentabilidade com outros ministérios. “Não tenho mágoas de ninguém.”
Sobre as reservas de petróleo no pré-sal, a candidata do PV ressaltou que é necessário “garantir a segurança ambiental”. “O que o Brasil tem de fazer no pré-sal é buscar as melhores tecnologias para minimizar os problemas e os riscos da exploração”.
A senadora também abordou questões polêmicas, como o casamento gay e o aborto. “Quem decide essas questões não é o Executivo, é o Legislativo”, disse. Em relação à união entre pessoas do mesmo sexo, ela reafirmou não ser favorável, mas falou que não pratica “nenhum tipo de discriminação”. No caso do aborto, declarou “defender a vida”. “Minha posição pessoal em relação ao aborto é muito clara: sou contrária. Eu disse isso ao longo da minha vida.”
Marina citou o episódio do mensalão, suposto esquema de corrupção no primeiro mandato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para fazer uma comparação entre o vice-presidente da República, José Alencar, e o vice da sua chapa, o empresário Guilherme Leal. “Quem segurou o processo do mensalão no governo Lula foi o José Alencar, um grande homem, leal. Aliás, é o nome do meu vice, Guilherme Leal”, afirmou.
Após o evento, a candidata disse que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve explicações sobre as supostas quebras de sigilo fiscal, acrescentando que a Receita Federal vive uma “situação de descontrole”. “Não pode o ministro da Fazenda ficar em silêncio. É mais que um incômodo, é uma omissão.”
Fonte: eBand