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Venezuelanos são atacados em RR após assalto a comerciante

Cerca de 2 mil brasileiros que moram em Pacaraima, município de fronteira com a Venezuela, no Norte de Roraima, queimaram e destruíram nesta sábado(18) barracas e pertences de imigrantes abrigados em calçadas e terrenos baldios, segundo a Polícia Militar da cidade. Não há relatos de pessoas feridas.

A revolta contra aproximadamente 700 venezuelanos se iniciou por volta de 7h, conforme a polícia, e foi desencadeada após um empresário brasileiro ter sido assaltado e agredido por quatro imigrantes na sexta-feira. Os manifestantes obrigaram os estrangeiros a cruzarem a fronteira de volta para o país de origem. Foi feita uma barricada para impedir que venezuelanos retornem para Pacaraima.

– Comerciantes e moradores de Pacaraima participaram dessa revolta. Havia um abrigo improvisado onde brasileiros tacaram fogo em barracas e utensílios dos venezuelanos. Imigrantes que estavam alojados na Rodoviária da cidade, no centro e em outros locais foram obrigados a voltarem à Venezuela, após terem os pertences e abrigos queimados – narra o tenente Marques, da PM de Pacaraima.

Ainda de acordo com ele, um prédio público onde os imigrantes se abrigavam foi totalmente destruído, e um levantamento será feito para identificar os responsáveis pela ação.

– Temos vídeos e fotos dos autores desse ato (destruição). Cerca de 2 mil brasileiros participaram da revolta. Onde havia venezuelanos, as pessoas iam e destruíam tudo. Tentaram invadir um abrigo federal, mas não obtiveram êxito porque a PM junto com a PRF (Polícia Rodoviária Federal) agiram rápido. Fizemos ainda a proteção do hospital (de Pacaraima) porque eles foram lá para destruir- conta o tenente.

O ASSALTO

O empresário brasileiro que disse ter sido roubado e espancado por quatro venezuelanos não teve como ser levado a Boa Vista, capital de Roraima, porque a ambulância do Exército estava disponível apenas para os imigrantes, segundo o tenente Marques.

– Eles (brasileiros) ficaram revoltados com isso (atendimento exclusivo para venezuelanos). Pacaraima está um barril de pólvora que a qualquer momento pode ter uma tragédia, caso não ocorram providências. Dessa vez, não tiveram vítimas, mas na próxima não sabemos. Houve muito bate-boca – pontua.

Segundo o tenente, policiais foram infiltrados no movimento para identificar os autores dos ataques aos imigrantes. Ele informou ainda que a comarca do Ministério Público Estadual acompanhou toda a situação.

– Vamos passar tudo para a Polícia Federal para saber quem foi os responsáveis pela destruição. Nosso trabalho (PM) foi garantir a integridade física dos venezuelanos e agressão contra qualquer pessoa. Pedimos reforço policial para assegurar a segurança da cidade – revela, citando que a revolta foi controlada e não foi necessário o uso da força policial.

Fonte: O Globo