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Varejo fecha portas em meio à crise

20160213085609504773iA queda no volume das vendas no varejo, que passa a pior crise dos últimos 15 anos, está refletida no número de lojas que fecharam as portas no ano passado. Quase 100 mil lojistas encerraram as atividades no país, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ao todo houve um fechamento líquido de 95,4 mil lojas com vínculo empregatício no ano passado, uma retração de 13,4%. O montante não trata apenas de pequenos e médios negócios. Os grandes também foram afetados. O balanço da CNC aponta que o número de lojas com 100 ou mais vínculos empregatícios encolheu 14,8%. Os estabelecimentos de porte médio tiveram retração de 16,5%.

De acordo com o levantamento, que toma como base os dados de dezembro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, todos os segmentos do varejo tiveram quedas no número de informantes de movimentações trabalhistas, com destaque para os ramos mais dependentes das condições de crédito como materiais de construção (-18,3%), Informática e Comunicação (-16,6%), Móveis e Eletrodomésticos (-15%) e Comércio Automotivo (-14,9%). As farmácias e perfumarias – único ramo a registrar crescimento significativo de vendas no ano passado – não ficaram imunes e também tiveram queda no número de lojas (-11,2%).

O estudo também mostra dados alarmantes sobre o fechamento de negócios nas 27 unidades da Federação. Entre todas, apenas Roraima não apresentou queda no número de estabelecimentos varejistas, obtendo um crescimento de 16,4% no número de lojas. As maiores variações negativas ocorreram no Espírito Santo (-18,5%), Amapá (-16,6%) e Rio Grande do Sul (-16,4%). São Paulo (-28,9 mil), Minas Gerais (-12,5 mil) e Paraná (-9,4 mil) responderam juntos por mais da metade (53,3%) da queda no número de estabelecimentos.

Em Pernambuco, a variação no número de lojas em 12 meses foi de -13,2%. “São dados muito preocupantes. O poder de compra do brasileiro, assim como do pernambucano, está muito afetado e gera uma desaceleração no comércio. Até o setor de alimentos, que é um item essencial, foi afetado. As pessoas analisam o que é imprenscindível para compra. O momento é de descrédito do setor público”, afirmou o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado de Pernambuco (Fecomércio/PE), Josias Albuquerque.

Segundo Albuquerque, os fechamentos não estão restrito às lojas de ruas. “Os shoppings também estão com dificuldades. Em sua maioria, os grandes lojistas estão nesses centros de compras. São grupos que têm potencial de resistir a crises e, dessa vez, não conseguiram. É a prova de que o comércio está muito abalado. Precisamos ser otimistas de uma recuperação econômica a longo prazo e aí haverá uma melhora.”

Fonte: Diario de Pernambuco