Faleceu nessa sexta-feira (27) o blogueiro, professor poeta, Wilson Monteiro, o primeiro a ter um blog de grande sucesso de Salgueiro. Sua morte nos abala profundamente, já que tínhamos uma ligação muito forte, tanto profissional, quanto pessoal, mesmo com algumas divergências.
Wilson partiu desse mundo muito jovem, aos 55 anos, com aquela contínua vontade de se expressar e encontrou isso através das palavras, com suas poesias que falavam do Sertão, do amor, de seus problemas e principalmente de Salgueiro. O professor poeta também redigia textos polêmicos e contribuía para o debate social.
Fica aqui uma singela homenagem do Blog Alvinho Patriota a este grande escritor, blogueiro, amante da escrita. Seus textos ficarão eternizados nas redes sociais, nos livros e na memória daqueles que tiveram oportunidade de ler o que ele escrevia. Descanse em paz.
Da redação do Blog Alvinho Patriota
O mundo da poesia Salgueirense amanheceu de luto. Perdemos de forma efêmara o professor-poeta Wilson Monteiro. Wilson que não escondia seu passado. Houve um época negra de sua vida em que viveu tortuosamente! Graças a Deus se recuperou. Ganhou a dignidade e o respeito das pessoas, e transformou-se em um poeta. Sofreu muita pressão por parte dos adversários políticos, mas nem por isso retrocedeu. Admirador assim como eu das poesias da poetisa Portuguesa Florbela de Alma da Conceição Espanca e Kalil Gibran e Vinicius de Morais. Tanto é que batizou seu filho com o nome Kalil Vinicius em homenagem aos dois grande poetas. Lamentável sua partida precoce. Nutria um sonho que não se concretizou: ser vereador de Salgueiro. Fique com Deus amigo. Nunca esquecerei do seu poema SALGUEIRO DE MINHA INFÂNCIA pois apesar de ser mais novo que você 10 anos, este poema toda vez que leio me emociona bastante e contamina minha alma de felicidade.
O Salgueiro da Minha Infância
Em sonhos
O Salgueiro dos anos 60 se faz presente.
Salgueiro parecia um desses lugares que querem crescer.
O silêncio, reinando em todos os instantes..
Carros? quase nenhum na rua.
As brincadeiras na Rocinha, a Escola Osmundo Bezerra,
Dona Letícia, a professora inesquecível.
Dr. Canejo, o médico que hipnotizava;
Dr. Severino e Dr. Romão eram os médicos da família.
Atendiam no lar e não cobravam.
As campanhas pela prefeitura:
Margarida e Boca Preta.
Lembro-me com saudades dos anos 60.
A Escola Osmundo Bezerra,
A padaria do meu pai, o bairro da Bomba,
Boléu, um negro que até hoje me vem na lembrança.
Os banhos no Açude Velho…
Plínio Salamão, o homem mais valente da Floresta dos Navios.
O Cabaré de Maria Isabel,
João se fazendo de mulher, Antonio Grosso à caráter
Vestido de noiva vendendo revistas “Manchete”.
O foguetório na Praça da Matriz nos festejos de Santo Antonio
Mestre Jaime no Carnaval.
No futebol, o Guarany e depois a Seleção Estudantil.
O que eu mais gostava
era de olhar as peladas e as jogadas de Berrada.
quem não lembra Berrada?
desfez-se num sonho de craque.
Nas noites dos anos 60, histórias do Padre Velho
Atordoava a criançada.
Ele foi visto no Boi Morto, dizia alguns.
Outros contavam que o Padre atormentou um vaqueiro.
Às 11 hs, o apito do trem.
Dormia com medo de Deus.
Pregava-se que havia um Deus que punia,
hoje sei que Deus é amor.
Wilson Monteiro