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Prefeito troca cheques em branco de eleitores com agiotas, diz Gaeco-MS

O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), é suspeito de pegar cheques em branco de eleitores e trocar junto a agiotas com a promessa de beneficiar os titulares das lâminas com cargos públicos e contratos na administração. Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS), a dívida das vítimas que caíram no golpe pode totalizar R$ 1 milhão.

Em reportagem exibida no Fantástico deste domingo (17), Olarte negou que recebeu cheques em branco de moradores e afirmou que o seu ex-assessor Ronan Feitosa agiu sozinho. O advogado de Feitosa, Hugo Melo Farias, manteve a versão de Olarte.

As investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao MP-MS, apontam que o esquema começou durante a campanha eleitoral municipal de 2012. Na época, Olarte era candidato a vice-prefeito na chapa de Alcides Bernal, que se elegeu prefeito, mas foi cassado pela Câmara de Vereadores em março de 2014.

Conforme o Gaeco, quem pedia esses cheques era Ronan Feitosa, que é pastor da Igreja Evangélica Assembleia de Deus Nova Aliança com o prefeito. Quando Olarte assumiu a prefeitura após a cassação de Bernal, ainda não tinha pagado as dívidas feitas com os agiotas, que começaram a cobrança. Quem emprestou as lâminas ficou com a conta bancária zerada e passou a sofrer ameaças dos agiotas.

Salem Pereira Vieira é um dos agiotas que trocava cheques de eleitores de Olarte por dinheiro, de acordo com a denúncia. Investigado por crime de agiotagem, ele afirmou que percebeu o golpe quando tentava descontar os cheques e eles voltavam. “Eu comecei a ver que era um golpe, que todos ali foram iludidos. O prefeito falou comigo no telefone pessoalmente que ele ia resolver, sanar o problema”, declarou.

“Na investigação, se percebe claramente que o prefeito se compromete a pagar esses valores a esses credores e que isso não é uma postura de uma pessoa que não se beneficiou de recursos”, explicou o promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador do Gaeco.

Fonte: G1