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Messi deixa seleção e, com saída, deve liderar boicote à federação argentina

Messi vive o momento mais dramático de sua trajetória tão cheia de percalços na seleção da Argentina. A decisão de não jogar mais com a camisa azul e branca do país duas vezes campeão do mundo é uma bomba que faz dele o líder de uma rebelião contra a Associação de Futebol Argentino, a AFA. Durante a Copa América Centenário, o craque, cinco vezes eleito o melhor do mundo pela Fifa, já tinha feito críticas duras à entidade, a quem classificou como “desastre”. Quase sempre contestado na Argentina e acusado de não ter na seleção o mesmo brilho que exibe no Barcelona, Messi dá agora, fora de campo, um passo que pode fazer dele bem mais do que só o camisa 10, e sim o cabeça de um movimento. A anunciada aposentadoria da seleção deve causar uma revolução num futebol manchado pela desorganização e pela falta de estrutura, apesar de vice-campeão mundial e da América.

O também atacante Agüero deixou claro que, se de fato sair, Messi não deverá ser o único. Segundo o jornal esportivo argentino “Olé”, o volante Mascherano, companheiro do craque no Barcelona, e o atacante Higuain, do Napoli, estão dispostos a seguir o camisa 10.

– Há vários jogadores que avaliamos que vão nos seguir – declarou Agüero, do Manchester City, incluindo-se no grupo dos que vão abandonar a seleção.

A AFA está sob intervenção da Fifa. Primeiro foi o governo argentino que interveio, devido a um tumultuado processo de eleição para a presidência da federação. O pleito, que deveria acontecer em 30 de junho, foi adiado. Para evitar que a Argentina fosse banida de competições (o que acontece em caso de intervenção de governos em federações), a Fifa agiu na gestão do futebol argentino. A dois dias da final da Copa América, nos EUA, anunciou que estava assumindo a administração da entidade. Damián Dupiellet, secretário-geral da AFA, com bom trâmite na Fifa, é quem vai fazer as funções de presidente da federação. Além dos problemas de gestão – o técnico Tata Martino, por exemplo, não recebe salário há oito meses -, a AFA é alvo de suspeitas de corrupção.

Fonte: O Globo