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Mercedes vai demitir 500 empregados da fábrica de São Bernardo

A Mercedes-Benz informou que vai demitir, no dia 4 de maio, 500 trabalhadores que estão em regime de lay off (suspensão temporária do contrato de trabalho). Os funcionários da unidade de São Bernardo retornariam à fábrica no dia 30 deste mês. A montadora justificou que o corte é devido à retração de 39% nas vendas de caminhões no primeiro trimestre.

Na quarta-feira (22), os representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC farão assembleia na porta da fábrica às 5h, quando chegam os operários do primeiro turno. Há possibilidade de a categoria entrar em greve.

“Vamos lutar para evitar estas demissões. Estamos há meses dialogando e buscando alternativas. A empresa alega que tem o excedente de 1.900 funcionários e que precisa demitir no mínimo os (que estão) em lay off. A negociação não avançou porque não aceitamos as demissões, sugerimos outros mecanismos”, disse o diretor do sindicato, Moisés Selerges.

O sindicalista afirmou que os trabalhadores que serão desligados não foram comunicados pela empresa. “Por volta das 16 horas desta sexta-feira a empresa soltou uma circular nos departamentos informando que desligará 500 funcionários dia 4 de maio em função do baixo desempenho. Em todos esses anos de Mercedes nunca vi o funcionário ter conhecimento de que será demitido pela imprensa”, contou Selerges.

A multinacional alemã suspendeu o contrato de trabalho por cinco meses de aproximadamente mil funcionários em maio do ano passado. Em novembro, ocorreu a renovação do lay off até o dia 30 deste mês de parte dos afastados, já que cerca de 250 foram demitidos pouco antes do natal. Essa foi a terceira vez que a Mercedes utilizou esse mecanismo para adequar a mão de obra à produção. No segundo semestre de 2012, cerca de 1.500 trabalhadores ficaram em casa e depois voltaram aos postos de trabalho.

A Mercedes-Benz informou que os demitidos poderão aderir ao PDV. Os outros 250 que também estão afastados têm estabilidade e retornam as funções na data prevista.

O setor de caminhões atravessa dificuldades há alguns anos e como não houve recuperação das vendas, as montadoras adotaram uma série de ações para adequar a produção à demanda de mercado. Férias coletivas, PDV (Programa de Demissão Voluntária), redução de jornada, entre outros, estão entre as alternativas.

De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), no primeiro trimestre deste ano foram vendidos 29.718 caminhões nacionais no país, uma queda de 36,2% em relação ao mesmo período de 2014.

Já as vendas da Mercedes-Benz nos três primeiros meses deste ano estão inferiores em todos os segmentos, resultando quase 40% a menos no total do período. Somente no setor dos caminhões pesados, a retração foi de 61,8%, com apenas 2.859 unidades vendidas no trimestre.

Durante o lay off, os trabalhadores receberam bolsa do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o complemento do salário pago pela montadora. Cursos de qualificação profissional também são realizados durante o período do afastamento.

Fonte: Rede Brasil Atual