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Criadora da Coronavac ataca vacinas rivais americanas e governo dos EUA

A Sinovac, fabricante chinesa que criou a Coronavac, fez um inusual comunicado neste sábado (30) defendendo a segurança de sua vacina contra a Covid-19 ante suas rivais ocidentais.

Além disso, fez a defesa da posição da China como distribuidora mundial de vacinas ante o que classificou de protecionismo do governo norte-americano, explicitando o transbordo da disputa sanitária para a geoplítica.

A Coronavac é o imunizante desenvolvido em conjunto com o Instituto Butantan, a partir de uma iniciativa do governo paulista em meados de 2020. Hoje é o fármaco contra a Covid-19 com maior disponibilidade no país, com cerca de 7,8 milhões de doses distribuídas desde o dia 17.

“A Sinovac Biotech e a China estão fortemente comprometidas com a promessa de tornar a nova vacina contra o coronavírus em um bem público global, postura que não é adotada por outras nações com interesses protecionistas e pouco colaborativas”, diz o texto.

Depois, nome aos bois: “Os EUA implementaram uma política que prioriza vacinas norte-americanas para proteger só o povo americano. Tanto o presidente Donald Trump quanto o agora presidente Joe Biden defendem essa posição”.

O comunicado foi destinado ao mercado da América Latina. Enquanto fabricantes ocidentais têm problemas de entrega a países desenvolvidos, a China tem sido pressionada devido ao atraso no envio de insumos contratados pelo Brasil, por exemplo.

O laboratório chinês também enfatizou a segurança da Coronavac, já estabelecida nos estudos de fase 1 e 2 na China e comprovados nos ensaios de fase 3, a final, em países como o Brasil.

Mais que isso, levantou suspeitas sobre a segurança de rivais como a vacina da americana-alemã Pfizer/BioNTech, que utiliza uma nova tecnologia de estimular a resposta imune levando uma proteína de ligação do novo coronavírus em um pedaço de material genético.

Ela, assim como a da empresa americana Moderna, têm taxas de eficácias propagandeadas de cerca de 95%.

A Coronavac, que usa a tecnologia conhecida de estímulo imune a partir da inserção do Sars-CoV-2 inativado, protege 78% dos expostos contra casos leves e moderados, com uma eficácia global de 50,4% para também infecções muito leves.

Fonte: Folha de S.Paulo