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Bolsonaro diz que veto a obras culturais não é ‘censura’, mas sim ‘preservar valores cristãos’

Após cancelamentos de espetáculos, seminário e festival de cinema em equipamentos federais, como unidades da Caixa Cultural e do CCBB do Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que o veto a obras culturais não é “censura”, mas uma medida para “preservar os valores cristãos”.

Bolsonaro falou sobre o tema ao participar, por videoconferência, de um simpósio conservador realizado em Ribeirão Preto. A transmissão foi feita direto do Palácio da Alvorada.

— A gente não vai perseguir ninguém, mas o Brasil mudou. Com dinheiro público não veremos mais certo tipo de obra por aí. Isso não é censura, isso é preservar os valores cristãos, é tratar com respeito a nossa juventude, reconhecer a família — disse Bolsonaro.

O presidente afirmou que serão feitas mudanças na área cultura, citando a Funarte e a Ancine , mas sem detalhar quais as alterações.

— Nós não podemos perder a guerra da informação, deixamos tudo isso muito à vontade no passado. Estamos preparando mudanças aí na questão da cultura, da Funarte, da Ancine. Muita gente empregada lá em cargos de comissão desde o primeiro ano do governo Lula — frisou o presidente.

A queda de braço do governo federal com o setor cultural, que já havia ocasionado uma intervenção na Ancine e a suspensão de edital com séries LGBT , teve novos episódios esta semana. Cancelamentos e adiamentos de última hora na Caixa Cultural, como do seminário “Aventuras do Pensamento” e do espetáculo “Lembro todo dia de você” , levantaram suspeitas de censura prévia, por abordarem temas que contrariam a militância bolsonarista. Em ambos os casos, a Caixa deu justificativas técnicas para as mudanças e afirmou estar em contato com os produtores. O CCBB também foi questionado pelo grupo Aquela Cia de Teatro pelo cancelamento do espetáculo “Caranguejo overdrive” na  mostra comemorativa dos 30 anos do espaço. 

Fonte: O Globo